A polícia acredita que o suspeito de matar o bebê de três meses encontrado em um matagal na zona sul de Porto Velho, na última quarta-feira (6), é o pai da mãe da criança, uma adolescente de 14 anos. O homem de 50 anos está foragido desde 2004, acusado pela morte de outro filho que morreu de inanição. O bebê encontrado em um terreno baldio apresentava marcas de agressão e pode ter sido abandonado no local ainda vivo, informou a polícia.
De acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios, Sandro Moura, há um mandado de prisão contra o suspeito. Além disso, a polícia também vai entrar na Justiça para solicitar a busca e apreensão da adolescente de 14 anos, que pode estar junto com o homem.
Segundo a polícia, a adolescente sofre abusos desde os seis anos de idade e também é vítima do suspeito. "O bebê abandonado no matagal, para a surpresa da nossa investigação, é a filha dessa adolescente e o provável pai é o próprio pai da adolescente", disse Sandro. Segundo a polícia, o bebê encontrado morto em um matagal nasceu no dia 23 de janeiro de 2016.
O paradeiro do bebê foi avisado por um pedreiro que encontrou o corpo. Ele ainda estava com roupinhas, ao lado de uma mamadeira e uma chupeta. Segundo uma policial que acompanhou as diligências, ele apresentava sinais de maus tratos.
Crime em 2004
O suspeito está foragido desde 2004. Ele foi acusado pela morte de outro filho que também morreu de inanição e maus tratos. Tanto ele quanto a ex-mulher foram responsabilizados pelo crime. A mulher já cumpre pena pelo crime. Conforme o delegado, a pequena criança encontrada morta na última semana pode ter morrido pelo mesmo motivo.
Entenda
Um bebê de aproximadamente três meses foi encontrado morto em uma área de mata, próximo à invasão Dilma Roussef, no bairro Areia Branca, na última quarta-feira (6). O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da capital.
A cabo da Polícia Militar, Regina Kátia, acompanhou as diligências. Segundo a policial, um pedreiro ligou para a polícia e comunicou sobre o bebê. Ele disse que chegou ao local por volta das 8h e viu uma movimentação estranha na área o dia inteiro. Ele encontrou o bebê quando foi urinar, no período da tarde.
"Em 18 anos de polícia, nunca vi nada parecido. Se desfizeram da criança como se desfaz de um animal", desabafou Regina Kátia.