Numa ação cinematográfica, semelhante ao que ocorreu no Banco Central, em Fortaleza, em 2005, uma quadrilha invadiu, durante o último fim de semana, a casa forte da agência do Banco do Brasil na cidade de Quixadá (a 158Km de Fortaleza) e, através de um túnel, furtou dali todo o dinheiro que estava estocado. As primeiras estimativas da Polícia dão conta de que os ladrões podem ter se apoderado de uma quantia de R$ 2 milhões.
Sem disparar um só tiro e sem fazer nenhum refém, os criminosos agiram de forma planejada, demorada e silenciosa. O crime só foi descoberto somente na manhã de ontem (16), quando os funcionários chegaram à agência para dar início ao expediente. A Polícia acredita que a quadrilha levou, pelo menos, dois meses, para executar o furto.
Para entrar na casa forte do BB, os ladrões percorreram uma distância de 137 metros, usando como túnel uma galeria da própria rede de esgoto da cidade. A ´escavação´ partiu de um lava-jato alugado pelos criminosos há dois meses. O prédio está situado a um quarteirão e meio da agência, na Rua José Jucá. Dentro do lava-jato, os criminosos abriram um buraco de dois metros de profundidade até chegar ao esgoto.
A galeria que servia de escoamento das águas pluviais, de aproximadamente 1,60 metro de altura, serviu de ´corredor´ livre para os bandidos alcançarem o BB, situado na esquina das ruas José Jucá e Rodrigues Júnior, em pleno Centro de Quixadá. No trajeto até a agência, eles cruzaram, ainda a Rua José de Alencar.
Sem alarme
Chegando ao banco, foi cavado o segundo buraco, de forma calculada, dando acesso ao piso da casa forte, onde não havia sensores, alarmes nem câmeras.
Assim, foi fácil para os ladrões recolherem o dinheiro que estava estocado em gavetas e prateleiras. Segundo apurou a Polícia, além do dinheiro do próprio BB, também estavam guardados ali, malotes das agências do Bradesco, Banco do Nordeste e da Caixa Econômica. Por ser um fim de semana, todas as agências bancárias de Quixadá recolhem o dinheiro no cofre do BB.
Quem descobriu o furto foi o gerente da agência, Tarciso Baltazar, que, junto com outro funcionário, entrou na casa forte por volta das 9 horas e se deparou com a escavação. ?Imediatamente, ele isolou o local e chamou a Polícia?, contou um policial da Delegacia Regional da Polícia Civil de Quixadá. Só então, a PM foi acionada. Ao registrar o fato na delegacia, o gerente preferiu não falar sobre os valores furtados, pois, segundo ele, uma auditoria será feita na agência. Até por volta das 19 horas de ontem, a casa forte permanecia isolada, enquanto era aguardada a presença de uma equipe de peritos da Polícia Federal para que fossem realizados exames papiloscópicos, como a coleta de impressões digitais. Mesmo com o furto, a agência manteve o atendimento ao público. O fato atraiu dezenas de curiosos ao local durante todo o dia.