Paju?ara, Messejana, Bom Jardim, Conjunto Jereissati, Pirambu, Conjunto S?o Miguel, Vicente Pinz?n, Barroso, Vila Velha, Palmeiras e Jangurussu s?o os pontos recordistas em assassinatos na Grande Fortaleza. Nestes locais j? ocorreram, somente este ano, 172 homic?dios, de um total de 804 registrados entre os dias 1? de janeiro e 15 de outubro, na Capital e Regi?o Metropolitana.
Sozinhas, estas 11 comunidades contabilizam 21,3 por cento do total de assassinatos na Grande Fortaleza. S?o bairros ou distritos da RMF que vivem sob a sombra da viol?ncia, verdadeiros redutos da criminalidade, em que a a??o ostensiva da Pol?cia tem se tornado cada vez mais presente, sem, no entanto, inibir a a??o de traficantes, ladr?es e gangueiros.
N?meros
Os dados sobre o quantitativo de assassinatos na RMF foram obtidos pelo Di?rio do Nordeste, em pesquisa pr?pria, atrav?s do levantamento de registros de homic?dios catalogados pelo Instituto M?dico Legal (IML), Coordenadoria Integrada de Opera?es de Seguran?a (Ciops), Instituto Doutor Jos? Frota (IJF-Centro), ?Frotinhas? de Parangaba, Messejana e Ant?nio Bezerra; al?m de guias cadav?ricas expedidas pelas 34 delegacias distritais e oito Metropolitanas.
O mapa da criminalidade desenhado em 2008, por?m, n?o mudou muito se comparado aos dos dois ?ltimos anos. Nas comunidades perif?ricas de Fortaleza a inseguran?a predomina e os assassinatos avan?am no mesmo compasso da prolifera??o do tr?fico de drogas, especialmente, o crack. Das 804 pessoas executadas na Capital e Grande Fortaleza - entre janeiro e o ?ltimo dia 15 -68 delas eram adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos. Jovens que foram eliminados por conta de d?vida com os traficantes. N?o pagou a droga que comprou, morreu.
Armados
Outro dado grave captado pela pesquisa revela que dos 804 homic?dios, 624 deles foram praticados com o uso de armas de fogo, o que representa 77,6 por cento do quantitativo.
Os demais 180 homic?dios foram praticados com armas brancas (faca, fac?o, foice, pau, cossoco etc) ou por outros meios como espancamento, estrangulamento, esganadura, apedrejamento, uso de fogo ou linchamento, representando somente 22,4 por cento dentro do universo pesquisado.
Espancamentos e uso de armas artesanais ou improvisadas, como o ?cossoco?, s?o caracter?sticos dos assassinatos praticados dentro dos estabelecimentos carcer?rios, como o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), penitenci?ria situada em Aquiraz, portanto, dentro da Regi?o Metropolitana de Fortaleza. Ali, 13 detentos j? foram assassinados este ano.
Um fator complicado dentro das estat?sticas diz respeito aos crimes de pistolagem (mortes por encomenda) ou execu?es ligadas ao tr?fico, delitos que o atual secret?rio da Seguran?a Publica e Defesa Social do Estado, delegado federal Roberto das Chagas Monteiro, costuma denominar de ?execu?es extrajudiciais?.
At? abril passado, pelo menos, 100 pessoas foram ?executadas extrajudicialmente?. Este n?mero triplicou depois daquele m?s, tornando-se um desafio para as autoridades. Nem mesmo a constitui??o de duas for?as-tarefas da Pol?cia Civil e do Minist?rio P?blico - que desmantelaram dois grupos de exterm?nio - foi suficiente para frear o ?mpeto dos matadores profissionais que agem nas ruas, avenidas, becos e favelas da Grande Fortaleza.
S?o crimes perpetrados praticamente de uma s? forma. Os atiradores se aproximam de suas v?timas e, sem qualquer di?logo, descarregam suas armas e fogem de moto.
Ainda dentro do levantamento dos assassinatos (homic?dios catalogados um a um, com nome das v?timas, hora e local do crime e a arma utilizada) uma surpresa: o bairro do Pirambu reapareceu na lista daqueles onde foram registrados, este anos, os maiores ?ndices de execu?es. Foram 15.