Nenhum delegado assumiu provisoriamente a delegacia de Camacan, no sul da Bahia, quatro dias após agentes, delegado, major e comandante serem presos na Operação Esfinge. Vários delegados estão trabalhando em sistema de rodízio e, de acordo com o coordenador da Polícia Civil, Moisés Damasceno, ainda não há previsão de quando um titular assumirá.
Moradores de Camacan e de povoados vizinhos foram ouvidos durante toda a quinta-feira (2) pelo Ministério Público. A promotora Ediene Lousato, que coordena o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, afirma que o contato com a população será importante para a coleta de mais provas. Segundo a promotora, há indícios de que a quadrilha tenha executado dois irmãos na cidade, um inocente e outro que havia cometido um assalto. Ela conta, inclusive, que a quadrilha se apropriou da arma e do dinheiro do assalto.
A promotora Ediene Lousado informa ainda que vários procedimentos investigativos estão sendo instaurados, com o objetivo de coletar provas para a denúncia que será encaminhada à Justiça. Todos os suspeitos foram presos temporariamente para evitar que ameaçassem testemunhas. Caso seja necessário para a aplicação da lei penal, as prisões podem ser transformadas em preventivas. Edilene comenta que, após a prisão, outras denúncias sobre a quadrilha surgiram.
Ao todo, a Operação Esfinge decretou prisão temporária para 17 suspeitos, dos 21 mandados de prisão expedidos pelo juiz da Vara Crime da Comarca de Camacan, Fábio Mello Veiga. Policiais e empresários fazem parte da quadrilha que atua em diversas cidades do sul da Bahia. A ação realizou sete flagrantes, sendo dois por peculato (crime contra administração pública), e cinco por porte ilegal de arma, realizados por cinco promotores de Justiça, pelo diretor da Depin (Delegacia de Polícia do Interior), Edenir Cerqueira, pelo corregedor da Polícia Militar, Marconi do Nascimento. As denúncias foram feitas pelo Ministério Público da Bahia.