Rio: Arma que matou o dançarino do “Esquenta” e do tipo usada por policiais

A investigação revela que apenas dois dos oito soldados de serviço naquela madrugada fizeram disparos com essa arma.

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O tiro que matou o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, na madrugada de 22 de abril no Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, partiu de uma pistola calibre .40, supostamente disparada por um soldado da PM em meio a uma troca de tiros com traficantes. Passados pouco mais de dois meses do episódio, que resultou em protestos violentos no bairro, a investigação revela que apenas dois dos oito soldados de serviço naquela madrugada fizeram disparos com essa arma.

O inquérito ainda não chegou à autoria do disparo. DG foi atingido pelas costas. A bala entrou pela lombar direita, atravessou o pulmão e saiu pelo ombro do dançarino, que pulou de um prédio para a laje da Creche Escola Solar Meninos de Luz. De lá, ele se segurou numa tela de arame, descendo num estreito corredor na Creche Escola Lar de Pierina, ?onde engatinhou e ainda tentou subir o muro, apoiando um dos pés, mas perdeu as forças?, descreve o delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª DP (Posto 6).

Remetido ao Ministério Público com pedido de prazo para a inclusão do laudo da reprodução simulada, que poderá esclarecer a autoria do disparo, o inquérito mostra que nove PMs ? um sargento e oito soldados ? participaram da ação. Desses, cinco fizeram disparos, sendo que três usavam fuzis calibres 5,56 e 7,62. Dos dois soldados que estavam com pistolas .40, um atirou cinco vezes e o outro, que conseguiu chegar próximo à laje, disparou 11 vezes.

INTENSA TROCA DE TIROS

A investigação comprova que houve intensa troca de tiros naquela madrugada, mas os depoimentos dos policiais revelam algumas contradições com relação à duração do confronto e, principalmente, à chegada da informação do Disque-Denúncia que levou os PMs à localidade. Os relatos dos policiais se repetem. Todos argumentam ter ido ao local na tentativa de prender os traficantes Adauto dos Nascimento Gonçalves, o Pitbull, e Klebison Eduardo Souza, o Duda Mel.

A diferença, contudo, está na hora em que a denúncia chegou ao conhecimento do grupo. O sargento diz ter sido no fim da noite. Já um dos soldados afirma que chegou à tarde, mas a equipe só seguiu para o local de madrugada. O sargento conta que o tiroteio levou entre 40 minutos e uma hora. Outro soldado fala em 30 minutos e um morador em três. Na delegacia, dois PMs apresentaram um radiotransmissor, dizendo que o aparelho estava perto do corpo de DG. A suposta prova, entretanto, foi retirada do inquérito pelo delegado, que não esclarece o motivo. Ainda nos relatos, alguns PMs tentam desqualificar a vítima, dizendo que DG seria ligado ao tráfico. No entanto, não apresentam provas.

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