Após recusar encontro, publicitária é ameaçada em rede social

Ela fez BO contra fotógrafo por falsidade ideológica e difamação

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Uma publicitária de 27 anos tem recebido, desde o início da semana, mensagens com imagens de homens desconhecidos nus ao lado de pedidos de programas. A jovem afirma que teve um perfil falso criado no  Tinder e que o autor da fraude é um fotógrafo que conheceu em outro aplicativo de relacionamentos.

A mulher, que pediu para que seu nome não fosse divulgado, iniciou uma conversa com o fotógrafo, mas logo perdeu o interesse. “Eu achei ele meio chato e não dei espaço”, contou. O homem continuou insistindo, a convidando para sair em São Paulo e pedindo que ela levasse o filho que ela tem, de 6 anos, ao encontro.

Em um dos convites, a publicitária disse que iria trabalhar e ele teria se oferecido para cuidar do filho dela. “Ele disse para eu deixar meu filho com ele, que esperava que ele se desse bem com meu filho. Eu nunca vi o cara na minha vida, ele estava forçando uma intimidade, e nunca deixaria meu filho com um desconhecido”, afirma.

Na terça, após muitos convites, mensagens e uma discussão, a publicitária optou por bloquear o fotógrafo do aplicativo de mensagens. “Quando eu falei que jamais levaria meu filho a um encontro com um homem que eu nunca vi na minha vida, que eu preservo meu filho, ele começou a me dar sermão e a me ofender. Falava que eu era louca, que eu não sabia ler. Eu fiquei irritada e bloqueei.”

Cerca de 20 minutos após a conversa, ela começou receber as mensagens pornográficas de homens perguntando quanto cobrava para fazer programas. 

“Primeiro eu pensei que ele tivesse passado meu número para que os amigos dele me infernizassem.” Quando olhou novamente o celular, a publicitária tinha recebido mais de 60 mensagens

Após publicar um texto contando tudo que havia acontecido, a publicitária passou a receber mensagens de ódio nas redes sociais. “Inbox de pessoas que eu nunca vi na vida falando que eu era um câncer, um lixo, que eu merecia morrer, ser estuprada, me ofendendo por eu ser mãe solo. Isso nem deveria importar, mas eu sou viúva, o pai do meu filho faleceu.”

Na quarta (17), uma pessoa dizendo ser um delegado ligou no trabalho da jovem e afirmava ter um boletim de ocorrência por calúnia, difamação, ameaça e pedia confirmação de dados pessoais. “Eu achei isso muito estranho e, quando eu vi na bina, era o número dele. Era o celular pessoal que ele usava para trocar mensagens comigo. Ele se fez passar por um delegado.”

Com o apoio de colegas de trabalho, a jovem foi até uma delegacia e fez uma denúncia contra o fotógrafo. A delegada do caso registrou queixa por falsidade ideológica, calúnia, difamação, ameaça e pediu uma medida protetiva para que o fotógrafo não se aproxime da publicitária nem de seus parentes e que não frequente os mesmos lugares que ela.

“Eu não vou ser ingênua de achar que ele será preso, mas eu quero que fique de exemplo. Quero que as mulheres vejam e denunciem, que fique a lição, e eu não vou desistir.” A jovem excluiu sua conta no aplicativo pelo qual conheceu o homem. “Eu não estou sozinha. Tem muita gente me apoiando. É muito exaustivo, machuca muito ir com isso até o final.”

Com a repercussão do caso, seis garotas entraram em contato com ela para dizer que também conversaram com o fotógrafo, que foram agredidas verbalmente e que tiveram que bloqueá-lo nas redes sociais e aplicativos. “Ele tem esse padrão quando escuta um não fica agressivo, violento.”

Uma garota de programa também procurou a jovem. “Ela disse que fez um programa com ele e que tem um perfil com as mesmas coisas que tinha no que criaram. Ela disse que acha que ele pode ter tirado do perfil dela as informações. Para mim está muito claro que foi ele, eu sei que foi ele.”

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