Após morte em voo, família diz que vai processar agência

Segundo Magda, os pais da menina estão sob o efeito de calmantes desde que ficaram sabendo da morte da filha única

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A família da adolescente Jacqueline Ruas, de 15 anos, que morreu no domingo (2) em um voo com destino a São Paulo após uma viagem à Disney, nos Estados Unidos, informou na manhã desta terça-feira (4) que vai processar a empresa de turismo Tia Augusta, que realizou a viagem, e outros possíveis responsáveis pela morte da menina. Segundo os médicos, a adolescente estava com uma pneumonia e morreu ainda dentro do avião.

?Vamos fazer todo o possível para resolver esse caso. Foi uma sucessão de negligências. Decidimos em uma reunião que vamos processar, de imediato, a agência de turismo, com certeza?, disse ao G1 Magda da Paz Santos, tia de Jacqueline.

Segundo Magda, os pais da menina estão sob o efeito de calmantes desde que ficaram sabendo da morte da filha única. Eles ainda não voltaram para o apartamento onde moravam com a menina, nem mexeram nas bagagens trazidas por ela dos Estados Unidos. ?Foi tudo colocado no quarto dela. A gente não teve coragem, decidimos que ainda não é hora de mexer nisso. No apartamento era tudo em torno da minha sobrinha, os detalhes, as fotos?, disse.

A tia da menina contou que o que mais chocou a família foi que em nenhum momento a empresa de turismo informou que Jacqueline estava com pneumonia ? constatada no Celebration Hospital, em Orlando, onde ela foi medicada e testada para verificar se estava com a nova gripe. Entretanto, o teste foi negativo e ela foi liberada pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos para viajar, de acordo com a Tia Augusta.

?Em nenhum momento foi comunicado o estado de saúde dela. Ficamos sabendo que ela não estava bem na quarta (29), quando ela ligou para casa, mas disse que já estava medicada e melhor?, contou Magda. ?Ela nunca teve nada, tinha a saúde perfeita, jogava vôlei. Ela estava plena de saúde, com uma felicidade total?.

Segundo ela, a família só conseguiu falar com a guia na quinta (30), e foi informada que a menina estava bem, tinha passado apenas por um mal estar. ?Em nenhum momento ninguém falou da pneumonia. Se soubéssemos, não a teríamos deixado voltar, minha irmã [mãe da menina] teria ido para lá?, disse. ?Nós ficamos porque a guia nos tranqüilizou, eu sinto que mentiram para nós. Nada vai trazer a Jac de volta, mas não vamos deixar isso impune.?

Outro lado

A assessoria de imprensa da Tia Augusta informou na manhã desta terça que desde domingo tem buscado se reunir com a família, e que foi marcado um encontro ainda esta semana. Além disso, a empresa disse que vai fazer o possível para esclarecer o caso.

Na segunda, Filipe Fortunato, diretor-executivo da agência, negou que tenha havido negligência por parte da empresa. ?Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Ela estava acompanhada de guias, foi para o hospital, foi medicada e liberada, não consideramos que houve negligência.? Porém, existem aparentes divergências. A família de Jacqueline alega que só soube do quadro de pneumonia pelo Instituto Médico-Legal de São Paulo.

A versão de Fortunato é diferente: "A guia (que acompanhava a jovem) disse que a família da Jacqueline podia ficar tranquila porque ela não tinha o vírus H1N1 (que causa a nova gripe). Só um quadro de princípio de pneumonia e não havia restrição quanto à viagem", relatou ele.

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