Após discussão, perícia realiza a reconstituição

Carro idêntico ao da advogada foi usado pela polícia.

Carro idêntico ao de Mércia foi usado. | G1
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Terminou na noite desta sexta-feira (17) a reconstituição da morte da advogada Mércia Nakashima na represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. A simulação foi concluída na cidade por volta das 21h45.

Para o advogado Ivon Ribeiro, que defende o ex-namorado e principal acusado do crime, Mizael Bispo de Souza, a reconstituição "não é algo imprescindível para a defesa". "A reconstituição foi feita em cima da fala dessa testemunha [o pescador]. Era a única pauta."

Já o delegado Antonio de Olim, responsável pelas investigações e recém-transferido do DHPP, disse que faltava apenas simular a fuga para confirmar o depoimento do vigia Evandro Bezerra (outro acusado do crime), o que estava previsto para acontecer após a saída da represa. "Nós fizemos o que aconteceu naquela noite, o que o pescador ouviu e viu. A perícia fez e fotografou igualzinho tudo o que ele relatou."

O perito Renato Pattoli disse que "o promotor conseguiu ver o que o pescador falou". "Havia um vulto atrás do carro. Eu retratei o que o pescador viu e é factível", afirmou, após a simulação. "O pescador realmente falou a verdade", afirmou o promotor Rodrigo Merli.

Um carro idêntico ao da advogada Mércia Nakashima, encontrada morta em 11 de junho na represa de Nazaré Paulista, foi usado pela polícia.

Ao volante do veículo havia uma mulher, simulando ser Mércia. Ao lado dela, um homem, representando o advogado Mizael Bispo, que nega o crime, assim como o vigia. O Fit, com placa de Nazaré Paulista, desceu até a represa com os faróis acesos, a pedido dos policiais.

A simulação contou com a participação do pescador que em depoimento à polícia declarou ter testemunhado o momento em que o carro foi jogado na represa.

Segundo a polícia, ele só concordou em retornar ao local porque foi intimado. Ele chegou sob forte escolta. Neste momento da reconstituição, os policiais voltaram a pedir para que as luzes ao redor fossem apagadas. A reconstituição chegou a ser ameaçada devido ao céu encoberto na região. Depois de uma consulta à meteorologia, decidiram prosseguir. E as nuvens abriram, com a lua crescente se destacando.

Os policiais civis fortemente armados chegaram em três veículos por volta das 18h à represa, no interior de São Paulo.

A primeira providência dos policiais foi isolar o local, que fica no pé de um morro e termina na represa. Um grande número de curiosos, moradores da região, já se encontrava no local. No entanto, ninguém pôde acompanhar os trabalhos da perícia.

Por volta das 18h45, três carros da Polícia Científica também chegaram ao ponto onde foi feita a simulação da morte de Mércia.

Dois irmãos de Mizael acompanharam os trabalhos da polícia. Márcio Nakashima, irmão de Mércia, também foi ao local.

Por volta das 19h30, o irmão da Mércia discutiu com o advogado de Mizael Samir Haddad Jr. Com a camisa rasgada, Haddad ameaçou registrar um boletim de ocorrência. Márcio disse que conversava com Haddad, mas achou que estava sendo tratado com ironia e, por isso, o agarrou pelo colarinho.

"Se ele tivesse uma arma, teria me dado um tiro. Ele tem raiva de mim porque sou bom", disse o advogado. A mãe e a avó de Mércia xingaram o advogado de "mentiroso".

Por causa da discussão, Márcio perdeu acesso ao local da reconstituição. Ele alugou uma embarcação para acompanhar o trabalho da polícia de dentro d"água.

"Eu quis vir aqui porque o assassino está solto e eu espero algo mais concreto, algo mais definitivo. Porque provas já há várias, mas ele continua solto. Eu continuo acreditando na Justiça. Sei que a justiça vai ser feita", afirmou Janete de Carvalho, mãe de Mércia.

O advogado de Mizael Bispo, Samir Haddad, e o irmão de Mércia Nakashima, Márcio, discutem durante reconstituição (Foto: Grizar Júnior/ AE)

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