Um jovem de 18 anos foi espancado com socos e pontapés por cinco adolescentes pelo fato de ser gay. A agressão aconteceu na porta de uma escola estadual em São José dos Campos, interior de São Paulo, no dia 22 de fevereiro.
Lucas Salvattore conta que um dos agressores o ameaçou ainda dentro da escola: "Eles tinham me ameaçado, falando que iam me matar, mas eu não esperava realmente que isso aconteceria."
No dia da agressão a aula acabou um pouco mais tarde às 23h e Lucas seguia em direção à sua casa. De repente ele foi surpreendido por cinco adolescentes que o agrediram.
"Eles já chegaram me agredindo com socos e pontapés. Eu deixei o meu material cair no chão e eles pegaram a caneta e tentaram me perfurar, mas graças a Deus só sofri apenas arranhões com o objeto. Tentei voltar para dentro da escola, foi quando eles me deram várias pauladas e eu apaguei."
O rapaz ainda conta que foi levado após a agressão ao hospital por um amigo: "Não passei por cirurgia, mas deu uma complicação no olho esquerdo e levei sete pontos."
A vítima afirma que já tinha falado com a diretora da escola e que todos lá sabiam das agressões verbais e ameaças que o adolescente faziam contra Salvattore. Nesta segunda-feira (29), o jovem retornou à instituição pela primeira vez desde a agressão. O intuito não era assistir às aulas, mas sim para uma reunião com a diretora e funcionários da Secretaria.
A diretora garantiu que será discutido gêneros na escola e abordado na sala de aula. O aluno (agressor) foi expulso do colégio, mas até agora não foi preso.
" Eu estou com medo de tudo e vivendo à base de fortes calmantes. Quando eu pisei na escola hoje eu comecei a passar mal, deu tontura e tinha dificuldade para respirar. Estou apavorado."
O aluno conta que registrou um boletim de ocorrência relatando a agressão e que o delegado de plantão, não apontou que o ataque foi motivado pelo fato de ser gay.