Os amigos de Gleice Francisca de Oliveira, de 18 anos, lamentaram a morte da jovem, cujo corpo foi encontrado na quarta-feira (5) na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Gleice estava desaparecida desde o dia 2 de março, como mostrou o Bom Dia Rio.
A jovem foi encontrada nua e amarrada dentro do banheiro de um bar na Estrada da Gávea, na Rocinha.
"Eu fui a última pessoa a ver minha amiga viva e a primeira a vê-la morta. Quando eu cheguei, só estava o corpo da minha amiga. E estava com o rosto bem inchado", disse um amigo de Gleice, que preferiu não se identificar, por medo de represálias.
Gleice estava desaparecida desde a noite de segunda-feira de carnaval, quando saiu para encontrar um amigo. Os dois iriam a uma casa noturna na Rocinha.
O corpo da jovem será velado nesta quinta-feira (6) em uma capela na comunidade. Ela deixa um filho de dois anos.
Suspeito
Amigos e familiares suspeitam de um homem que teria alugado o bar onde o corpo foi encontrado. Na manhã de terça (4), ele teria ido ao local buscar roupas e não foi mais visto.
"Esse cara também não tinha contato com os vizinhos, quase não saia de casa. Quando saia, era de boné e de óculos. Então é uma pessoa que a gente desconhece totalmente. A única informação que temos dele é que o nome dele é Maurício e que ele trabalhava em um quiosque na Praia de São Conrado", relatou uma amiga da jovem.
Vizinhos de Gleice relataram também que ouviram uma discussão entre um homem e uma mulher, mas não deram atenção por pensarem se tratar uma briga de casal. Uma amiga da vítima contou ainda que um policial que viu o corpo disse que, aparentemente, ela teria sido morta na madrugada de terça (4). Ele cogitou que ela tenha sido estrangulada pelo homem, que também teria batido a cabeça dela contra a parede do banheiro.
Investigação
Familiares da vítima foram ouvidos na Divisão de Homicídios e policiais realizaram, na quarta-feira, diligências em busca de testemunhas e imagens de câmeras de segurança. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) para realização da necrópsia que vai apontar as causas da morte e se ela foi vítima de estupro.
No IML, dois amigos que não quiseram se identificar, por questões de segurança, disseram que Gleice reclamava há semanas que vinha sendo seguida na comunidade por um homem desconhecido. O padrinho dela, Raimundo Evandro de Souza, 32 anos, afirmou que a família não sabia desta desconfiança.
Raimundo se mostrava indignado e disse esperar justiça. Ele cogita a possibilidade do assassino de Gleice ser um maníaco que já tenha feita outras vítimas e possa vir a cometer mais crimes semelhantes. "Tudo leva a crer que ele premeditou esse crime todo", contou.
Ainda de acordo com Raimundo, Gleice concluiu o ensino médio em 2013 e tinha planos de cursar uma universidade.