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Álcool, drogas e banheira a 50°C: o que levou à morte súbita de casal em motel de SC

Além da banheira superaquecida, o ambiente também estava com o aquecedor ligado em potência máxima.

Casal encontrado morto em motel | Foto: Reprodução
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O mistério em torno da morte do policial militar Jeferson Luiz Sagaz e da empresária Ana Carolina Silva, encontrados sem vida em um motel de São José (SC), chegou ao fim. A Polícia Civil confirmou que o casal morreu em decorrência da combinação de drogas e álcool com a exposição prolongada a altas temperaturas dentro de uma banheira. Segundo o delegado Felipe Simão, responsável pelo caso, a água chegou a impressionantes 50 °C.

O casal foi localizado morto em 11 de agosto. Nesta quarta-feira (1º), os detalhes foram divulgados em coletiva. Além da banheira superaquecida, o ambiente também estava com o aquecedor ligado em potência máxima. Resquícios de cocaína foram encontrados no local.

A perícia foi extensa: mais de 16 laudos foram produzidos, incluindo análises toxicológicas, exames nos corpos e avaliação do quarto onde ocorreu a tragédia. De acordo com Andressa Boer Fronza, perita-geral da Polícia Científica, só a quantidade de álcool e cocaína já poderia causar a morte dos dois. Mas, somada ao calor extremo, a chance de sobrevivência foi praticamente nula.

“A causa de ambas as mortes foi a mesma: intoxicação exógena, associada a um quadro de hipertermia (elevação da temperatura corporal), desidratação intensa e colapso térmico, que evoluiu para falência orgânica”, explicou.

Desde o início, o delegado Simão já trabalhava com a hipótese de morte acidental, agora confirmada. Com a conclusão do inquérito, foi descartada qualquer participação de terceiros.

As últimas horas do casal

Naquele dia, Jeferson estava de folga e passou parte da tarde celebrando o aniversário da filha de 4 anos em um food park. Os dois ingeriram bebidas alcoólicas durante o evento. Mais tarde, chegaram a ir até uma casa noturna, mas não entraram. A criança ficou com uma familiar, e o casal seguiu para o motel, onde entrou por volta da meia-noite.

Segundo o delegado, a banheira alcançou rapidamente temperaturas acima de 50 °C, enquanto o aquecedor do ambiente também estava acionado em nível elevado. “Essas circunstâncias, somadas às substâncias encontradas, reforçam que a causa da morte foi súbita e multifatorial”, destacou Simão.

Ana Carolina era proprietária de uma esmalteria. Já Jeferson trabalhava na Academia da Polícia Militar da Trindade, em Florianópolis. Os dois estavam juntos havia quase 20 anos e, segundo a investigação, não havia histórico de violência entre eles.

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