Agentes penitenciários temem transferência de líderes do PCC

A remoção de presos da facção para outros Estados faz parte da parceria anunciada pelos governos federal e paulista

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A onda de violência que atinge o Estado de São Paulo amedronta também os agentes penitenciários, que temem represálias de presidiários envolvidos no crime organizado. "É uma organização forte, estruturada", diz o diretor jurídico do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sinadasp), Rosalvo José da Silva. Para ele, as transferências de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para presídios fora do Estado e para regimes mais rígidos podem acirrar a violência. "Sofremos uma ameaça velada", afirma.

A remoção de presos da facção para outros Estados faz parte da parceria anunciada pelos governos federal e paulista para o combate ao crime organizado.

De acordo com o diretor, os crimes em São Paulo afetam diretamente o sistema carcerário. "São os criminosos do nosso sistema que estão agindo. A nossa situação é igual ou pior que a dos policiais", diz. "Pode ser avaliada como pior se levarmos em conta que não temos autorização para porte de armas, não temos como nos defender", revela.

"A categoria está muito preocupada e indignada com a atuação do governo neste sentido", diz Silva. Segundo ele, as facções criminosas ganharam força desde 2001.

O presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo, encontrou-se na manhã desta sexta-feira com o governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. Na reunião foi abordada a possibilidade de se criar a Polícia Penal do Estado de São Paulo. Grandolfo pediu que o governador receba oficialmente os integrantes da Polizia Penitenziaria Italiana, que estará em visita ao Brasil em fevereiro de 2013, e serviria como exemplo.

Outro item tratado e conquistado pela categoria na reunião foi a ampliação do seguro de vida para os agentes, que passou de R$ 100 mil para R$ 200 mil, e foi estendido também para os agentes mortos fora das unidades prisionais, desde que a morte tenha relação com as atividades do agente.

Onda de violência

Desde o início do ano, ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 18 eram aposentados e três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital houve um crescimento de 102,82% no número de pessoas vítimas de homicídio no mês de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, a alta foi de 26,71% no mesmo período.

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