A agente penitenciária do Presídio de Santa Inês - Maranhão, Adriana Barros, entrou com ação contra o delegado regional de Santa Inês, Ederson Martins Pereira, o acusando de abuso de autoridade. Ela contou que foi colocada em uma cela com presos do sexo masculino e levada dentro de um camburão.
Ela revistou uma escrivã e um investigador da Polícia Civil, que foram a Unidade Prisional de Ressocialização de Santa Inês pegar o depoimento de um preso. Segundo Adriana Barros, os dois queriam entrar no presídio sem passar pelo procedimento padrão da revista e como não conseguiram prenderam ela. A agente disse que o procedimento é determinado por uma portaria interna que só não inclui juízes, promotores e defensores.
“Logo após de 18h eu estava na permanência da unidade e fui surpreendida com a chegada do delegado Regional, doutor Ederson Martins Pereira, em que ele questionou quem seria Adriana quando ele entrou na unidade. Eu me identifiquei e ele já falou que eu estaria presa por abuso de autoridade e constrangimento ilegal. Eu pela reação perguntei ‘o que é isso?’ porque eu estava no meu trabalho exercendo a minha função e ele ultrapassou a permanência e mobilizou o meu braço esquerdo”, disse.
Agente conta em detalhes como foi tratada pelo delegado de Santa Inês. “Nós da Seap não tratamos dos bandidos com alta periculosidade do jeito como ele me tratou. Eu fui levada à Delegacia Regional no camburão. Lá quando eu cheguei eu fui posta numa cela ao lado de presos do sexo masculino. Nenhum direito constitucional foi garantido. Ele não permitiu que eu fosse assistida por um advogado. Depois eu saí da cela, fiquei 20 minutos nesta cela. Depois eu saí e fui para uma sala de revista. Eu sim fiz uma revista vexatória. Tirei toda a minha roupa para uma funcionária administrativa da delegacia de Polícia Civil. Depois eu fui mandada para a sala do delegado e lá eu fui torturada psicologicamente por ele. Porque ele foi falando que ia responder a vários processos”.
A agente penitenciária procurou o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão e revelou que vai recorrer na Justiça. “Vou representar o delegado na Corregedoria da Polícia Civil, vou abrir processo administrativo na Corregedoria da Seap e vou entrar contra o Estado civilmente para pagar danos morais, materiais e psicológicos”.
O representado do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Márcio Rodrigues, afirmou que o órgão vai tomar todas as providências contra o delegado e pede que o secretário de Segurança Pública (SSP), Jefferson Portela, se pronuncie sobre o fato. “Ele invadiu uma instituição pública do sistema penitenciário do estado do Maranhão. Ousou usando o seu poder de polícia por estar armado. O sindicato vai tomar as providências para que um fato dessa natureza não aconteça mais. A gente olha uma profissional, uma servidora pública ainda ser levada para uma delegacia, colocada no xadrez próxima a presos comuns, bandidos. A gente não admite isso. Nós fomos a Promotoria, a Procuradoria Geral de Justiça e os promotores já estão sabendo. Nós estamos fazendo as devidas providências, as documentações estão sendo apresentadas. Nós esperamos que o secretário de Segurança, Jefferson Portela, se pronuncie”.