A divulgação de fotos do corpo do empresário Marcos Matsunaga esquartejado gerou protestos dos advogados envolvidos no caso. Publicadas na internet, imagens da cabeça, tronco e membros do empresário podiam ser vistas por qualquer pessoa. Para o advogado de defesa de Elize Matsunaga, Luciano Santoro, o vazamento das fotos é "lamentável". "Eu espero que quem receba, não divulgue. É um desrespeito à memória do Marcos", afirmou.
Segundo ele, a divulgação das fotos não deve interferir na condução do caso. "Não contribui em absolutamente nada", disse. A opinião é compartilhada pelo advogado Flávio D"Urso, defensor da família da vítima, que também lamentou a divulgação. "Não muda nada no processo, só aumenta o sofrimento da família".
Nesta quinta-feira, a polícia informou que irá abrir investigação para apurar a divulgação das imagens. Segundo a Secretaria de Segurança Púplica (SSP) de São Paulo, a Corregedoria da Polícia Civil já solicitou o expediente à Superintendência da Polícia Técnico-Científica. Para Flávio D"Urso, contudo, a investigação não terá sucesso. "Apurar não adianta. Tinha que ter prevenido", disse.
O advogado lembra que solicitou ao Ministério Público para que o processo corresse em segredo de Justiça, mas o pedido foi negado. "Não dá pra reverter isso (a divulgação)", lamentou. "É uma pena, pois expõe a família e a memória da vítima".
Empresário é esquartejado
Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.
De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.
Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha. No dia 19 de junho, o juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri no Fórum da Barra Funda, aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e decretou a prisão preventiva da acusada