?Sou um arquivo vivo?. A definição de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, em seu depoimento na madrugada de ontem, reforça os indícios de que a amizade entre ele e o goleiro Bruno de Souza acabou em ódio. A reviravolta no relacionamento de 18 anos ficou comprovada no interrogatório de quase cinco horas sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, no 2º Tribunal do Júri de Contagem (MG). Cara a cara com a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão garantiu que o jogador mandou matar a ex-amante, mãe de Bruninho. Para escapar da condenação, os advogados de Bruno preparam a estratégia de ataque ao ex-amigo. O julgamento dele e de Fernanda Gomes, ex-namorada de Bruno, deve acabar hoje.
O depoimento de Macarrão caiu como uma bomba no presídio Nelson Hungria, onde Bruno está preso. Ontem à tarde, agentes penitenciários revistaram a cela do jogador e retiraram tudo que ele pudesse usar para tentar se matar. A medida foi por causa de boatos de que Bruno havia cometido o suicídio. A informação chegou ao tribunal, causando tensão, no momento em que Fernanda era ouvida. A magistrada até pediu a saída dos jurados, mas voltou atrás. O pedido era para que os jurados não fossem influenciados.
Pela manhã, os advogados de Bruno estiveram com ele na cadeia durante 40 minutos. ?Ele ficou decepcionado com o depoimento de Macarrão e está se sentindo traído?, informou Lúcio Adolfo. À tarde, eles negaram que o atleta tivesse tentado o suicídio.
Para os jurados, Macarrão confessou que levou Eliza para ser morta, mas alegou que a entregou a uma pessoa que não sabia quem era. O promotor Henry Vasconcelos classificou a declaração como mentirosa e para proteger Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor. ?Ele tem medo de ser morto por Bola?.