Um dia após fotos de Marcos Matsunaga esquartejado vazarem na internet, o advogado Luiz Flávio Borges D´Urso, que defende os interesses da família do empresário morto, afirmou nesta sexta-feira (31) que irá entrar com um novo pedido na Justiça pedindo a decretação de segredo no processo sobre o assassinato do empresário. A argumentação dessa vez será a de que a divulgação das imagens das partes do corpo do empresário que circulam na web estão causando constrangimento e sofrimento aos parentes da vítima.
O então diretor da Yoki tinha 41 anos quando foi atingido com um tiro e depois esquartejado pela mulher, a bacharel em direito Elize Araújo Kitano Matsunaga, 30 anos, em 18 de maio no apartamento onde o casal morava com a filha de 1 ano na Zona Oeste de São Paulo. Elize, que é ré confessa, está presa no interior do estado de SP e aguarda decisão da Justiça para saber se irá a júri popular. Pedaços do corpo da vítima foram achadas dentro de sacos plásticos no dia 27 de maio em Cotia, na Grande SP.
?Vamos insistir sim no segredo de Justiça. Por isso, pedi para reiterar nesta sexta o pedido de segredo de Justiça ao juiz da causa. A equipe de advogados vai fazer um requerimento para que se decrete o sigilo no processo. Dessa vez, vamos fundamentar o pedido dizendo que em razão de ele não ter sido decretado anteriormente tivemos vazamento das fotos da autópsia do corpo de Marcos. E para que não tenhamos prejuízo ainda maior, requeremos a decretação do segredo no processo?, afirmou o advogado Luiz D´Urso nesta manhã à equipe de reportagem.
É a segunda vez que os advogados dos pais do diretor da Yoki vão pedir à Justiça o sigilo no processo que apura os crimes de homicídio doloso e ocultação de cadáver cometidos pela viúva da vítima. Na primeira vez, o requerimento foi negado. ?Antes, a base para pedir o segredo de Justiça eram essas fotos e outros dados do processo, número do processo, que estão no âmbito da intimidade. O juiz entendeu à época que não era o caso e indeferiu o pedido. Agora é tarde qualquer procedimento. Não vai reverter a situação, mas ao menos poderá minimizar o constrangimento às pessoas que são expostas e à memória daqueles que foram expostos ali?, disse D´Urso.
Apurações
Procurada na quinta-feira (30), a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que iria abrir um procedimento para apurar a divulgação das fotos na web.
?A Corregedoria da Polícia Civil já solicitou o expediente à Superintendência da Polícia Técnico-Científica. De acordo com a Corregedoria, assim que o expediente chegar será analisado e, se constatada a autenticidade das imagens, será instaurado um processo para apurar se o eventual vazamento das fotos ocorreu no âmbito da Polícia Civil, Técnico-Científica ou em algum outro órgão público?, informa nota da SSP.
A reportagem também procurou o Ministério Público (MP) para se manifestar a respeito do vazamento das fotografias da cabeça, tronco e membros do executivo. O promotor José Carlos Cosenzo, responsável por denunciar Elize à Justiça pelos crimes, afirmou na quinta que iria primeiro ver as imagens para depois se pronunciar e informar que procedimento iria tomar.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou na quinta que iria primeiro tomar conhecimento das fotos para depois se pronunciar. O processo está no Fórum da Barra Funda, na capital paulista.