Advogado garante que estudante morreu com droga dada pelo namorado

Yrna foi encontrada morta no porta-malas do carro do namorado

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O advogado Cândido Albuquerque, que representa a família da estilista Yrna de Sousa Castro, de 27 anos, morta no início do mês, em Fortaleza, admite a possibilidade de a estudante ter usado drogas manipuladas pelo namorado Gregório Donizeti.

Yrna foi encontrada morta no porta-malas do carro do namorado, o jornalista e empresário Gregório Donizetti, no dia 1º de maio. Segundo a versão apresentada por ele à polícia, os dois usaram morfina e ela morreu de overdose. O corpo permaneceu por quase 20 horas dentro do carro até o namorado se entregar na Divisão de Homicídio e Proteção à Pesssoa (DHPP), no Bairro de Fátima.

Para o advogado, esse fato, junto ao resultado da perícia, não isenta a responsabilidade de Gregório. “Testemunhas dizem desde quando começou a namorar com ele, Yrna começou a usar drogas. Quem se relaciona com ele usa drogas, ele convida as pessoas pra casa dele pra manipular drogas e injetar nas pessoas."

O advogado também é contra o pedido de exumação do corpo de Yrna, feito pela Polícia Civil. O corpo já havia sido periciado, mas a delegada Socorro Portelea, titular da DHPP e responsável pelo inquérito, pediu a exumação dos restos mortais da estilista para que novos exames sejam realizados, a fim de verificar se Yrma consumiu drogas nos 90 dias anteriores à sua morte.

"Ela morreu porque ele manipulou o remédio, é uma droga, e colocou no braço dela. Ela não morreu de overdose de cocaína. Então descobrir se ela usou cocaína não vai mudar nada”, defende.

Versão da defesa

No entendimento do advogado de Gregório Donizeti, Leandro Vasques, o exame, que só pode ser feito no exterior, é importante para confirmar a versão do jornalista, de que a morte foi acidental por uso de drogas e que ele não teve a intenção de matar a estilista.

“Infelizmente, Yrna e os depoimentos é que informam isso, não sou eu, asseveram que ela já consumia substância entorpecente há muito tempo. 

Depois do dia 23 de abril, uma semana antes do episódio, consumiu cocaína também. Quem consome substância obviamente sempre estará vulnerável a lamentavelmente perder a vida precocemente.”

O caso

O corpo da estudante ficou mais de 12 horas no porta-malas do carro do namorado Gregório Donizeti. Em depoimento à polícia, o empresário relatou que o casal saiu para uma festa na noite de sábado (30) e somente depois foi ao seu apartamento. Segundo Gregório, o casal fez uso de entorpecentes e durante a madrugada a universitária passou mal e faleceu.

Durante o depoimento, o suspeito informou o local onde o corpo estava. Uma equipe da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e investigadores da DHPP foram ao prédio, recolheram o cadáver e iniciaram a investigação. Segundo o empresário, a mulher não aparentava marcas de violência e não tinha nenhuma perfuração, versão contestada por familiares.

Fotografias feitas pela família de Yrna mostram machucados "claramente perceptíveis" no olho direito, nas mãos, embaixo do queixo e nas costas. "As imagens me causaram inquietação. Se atestou muito facilmente a ausência de lesões e não é isso que as fotografias mostram. Se são lesões profundas, ou não, isso eu não posso dizer, mas a polícia tem que investigar. Se houve agressão, existe a possibilidade de ter havido homicídio", diz o advogado Cândido Albuquerque.

A delegada Socorro Portela conta que Gregório disse, em depoimento, que colocou o corpo de Yrna no porta-malas do carro porque percebeu que a jovem havia morrido e pensou em cometer suicídio. "Segundo ele, tentou se matar e só queria que o corpo dela fosse encontrado depois que já tivesse morrido", conta a delegada responsável.

O empresário foi indiciado na DHPP por ocultação de cadáver, por ter escondido o corpo da namorada no porta-malas do carro. Ele foi liberado e deverá aguardar a conclusão do inquérito em liberdade. Segundo a delegada Socorro Portela, caso seja comprovado a participação do empresário na morte da estilista, ele também poderá responder, na Justiça, por homicídio.

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