O advogado Marcos Vinícius, da Associação Beneficente dos Cabos e Soldados da Polícia Militar de Teresina considerou precipitada a prisão do sargento da PM Salomão Marques Moreira, acusado de fornecer munições na capital a quadrilha de assaltantes.
?Foi bastante precipitada até porque é um policial militar, tem residência fixa, profissão definida, bons antecedentes, não oferece riscos à sociedade e, portanto, não pode se ausentar do quartel por mais de oito dias, pois estaria cometendo outro crime militar. Nós estamos apurando. É um processo que corre em segredo de justiça e está sendo apurado?, disse o advogado.
Marcos Vinícius considera que a justiça é usada de forma invertida. ?Aqui no Piauí inverte-se as coisas, a regra é a prisão e a liberdade é a exceção. Aqui rasga-se a Constituição a todo momento e a quebra de sigilo telefônico se dá como se troca de camisa.?
A participação da Polícia Civil no caso é contestada por ele na prisão e investigação do caso do policial. Ele garante que o caso não é de competência da Polícia Civil. ?A apuração de qualquer delito que envolva policiais militares é de competência da Polícia Militar, quer na forma dolosa, quer na forma culposa".
A prisão do sargento aconteceu no horário de trabalho dentro do Quartel da PM. De acordo com informações ele tem mais de 30 anos de profissão e havia sido promovido recentemente.
A polícia investiga a origem das munições que foram apreendidas. O delegado Menando Pedro explica o porquê da prisão do sargento. ?A gente já estava monitorando esse sargento. Ele foi representado na justiça que efetuou a prisão não só dele como de outros elementos que fazem parte dessa quadrilha. Trata-se de uma quadrilha que agia não só no Piauí, mas no Maranhão, no Pará, em Pernambuco e em outros estados do Nordeste?, conclui o delegado.