A advogada Rogéria Dotti, que representa a ex-mulher de Giba, Cristina Pirv, em processo de separação, entrou na semana passada com um pedido de prisão para o atleta, alegando que ele não pagou a pensão nos meses de maio, junho e julho.
De acordo com Rogéria, o atleta, contratado recentemente pelo Taubaté, para a disputa da Superliga, deve aproximadamente R$ 124 mil (R$ 51 mil de maio, R$ 51 mil de junho, R$ 15 mil de julho e R$ 7 mil de correção por atraso).
"Nós pedimos a prisão dele e a juíza mandou o Ministério Público na sexta-feira para analisarem. O MP vai dar um parecer nos próximos dias sobre o pedido. O decreto de prisão é drástico, ainda mais quando têm filhos envolvidos. Mas tive de usar desse instrumento processual pois sequer o colégio ele paga", afirmou a advogada.
Consultados, os advogados que representam Giba no processo disseram que não foram notificados até agora de qualquer pedido de prisão. E defendem-se, dizendo que o valor em atraso é somente o mês de agosto, pois em julho a justiça determinou que o valor da pensão fosse reduzido de R$ 51 mil para R$ 15 mil (informação que Rogéria confirma). Desta maneira, o valor pago em maio (cerca de R$ 150 mil) seria utilizado retroativamente e cobriria maio, junho e julho. Nesta segunda-feira, Giba quitou suas pendências.
"Não fomos intimados quanto a isso (prisão). Ela pode entrar com o pedido, mas tem que ver se a justiça vai acatar isso ou não. Se acatar e ele for preso, vamos apresentar as nossas justificativas e buscar o habeas corpus", diz a defesa de Giba.
A justificativa apresentada à justiça para o não-pagamento dos três meses é a de que Cristina Pirv conseguiu, em fevereiro, o bloqueio de todas as contas de pessoa física que o atleta possui. Sem poder movimentar seu patrimônio, ele ficou impedido de arcar com qualquer despesa, como a de pensão. No dia a dia, Giba tem sido ajudado financeiramente pela atual namorada, Maria Luiza Daudt.
Rogéria Dotti confirma o bloqueio das contas e diz que o próprio atleta foi quem causou isso, já que no dia 8 de janeiro deste ano sacou cerca de R$ 408 mil de uma conta conjunta do casal. Parte disso, porém, foi utilizada em maio para pagar valores de pensão, além de viagens feitas por Giba para a Argentina, onde teve de resolver problemas com seu ex-clube, o Bolívar, que não o pagou durante os sete meses em que esteve lá. Itália e Romênia, de acordo com o advogado, também entraram na rota para levantamentos de imóveis e bens do casal.
A parte sacada representa exatamente 50% do valor que estava aplicado na conta conjunta. Antes de ir ao banco, o jogador consultou seus advogados e foi aconselhado a não tirar um centavo além dos 50%, evitando problemas judiciais. O caso, porém, não tem prazo para terminar. A defesa do camisa 7 tenta desbloquear estas contas para que ele tenha acesso ao patrimônio conquistado ao longo de sua carreira.
Nesta segunda-feira, o UOL Esporte mostrou que Giba acusa Cristina Pirv de não devolver as três medalhas olímpicas (ouro em Atenas-2004, prata em Pequim-2008 e Londres-2012). A advogada da romena alegou que as medalhas estão à disposição do jogador para quando ele as quiser retirá-las no apartamento onde ela mora, em Curitiba, já que os prêmios não seriam bens partilháveis.
A parte do jogador diz ter documentos que mostram que provam que as medalhas foram incluídas no pedido de "sequestro de bens" que a advogada da ex-mulher fez, alegando ter direito a metade do valor das medalhas.
O casal ficou junto por dez anos, mas em novembro do ano passado o relacionamento chegou ao fim. Pirv, em entrevista na época, afirmou que não aguentava mais a vida de traição, baladas e álcool do camisa 7. Em fevereiro de 2012 eles já tinham passado por uma crise, mas reataram e ficaram mais nove meses juntos.
No tempo em que permaneceram casados, Giba e Cristina tiveram dois filhos (Nicoll, de nove anos, e Patrick, de quatro). A justiça determinou em abril que a guarda das crianças ficaria com a mãe, e que o pai tem direito a dois fins de semana por mês para ficar com Nicoll e Patrick.