Adolescente foi namorar após estupro e matar criança

Ele não só confessou, como descreveu detalhadamente como ele cometeu o crime

Adolescente foi namorar após estupro e matar criança | Divulgação
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O adolescente de 17 anos que confessou ter matado a menina Camila Graziele dos Santos Vitoriano, de 5 anos, foi namorar depois de abusar, matar e colocar o corpo da criança às margens de um córrego em Bom Sucesso (MG). A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (29) durante uma entrevista coletiva do delegado responsável pelo caso, Emílio de Oliveira e Silva. O delegado também disse que o menor entregou a faca usada no crime, deu todos os detalhes de como tudo ocorreu e não demonstrou nenhum arrependimento.

"Ele não só confessou, como descreveu detalhadamente como ele cometeu o crime, como ele a matou, como ele escondeu o corpo da menina. Ele relatou os fatos com clareza", disse o delegado

Conforme o delegado, a menina Camila era colega de um sobrinho do adolescente, que morava a apenas 20 metros da casa dela. No dia em que a criança saiu de casa e foi chamar o colega para brincar, foi recebida pelo menor, que estava sozinho em casa. Ele então a levou para dentro da residência e a atacou. No momento em que ele tentava abusar dela, a menina gritou e ele usou um pedaço de madeira para agredí-la. Desacordada, a menina foi molestada. Os exames da perícia constataram que foi encontrado esperma no corpo da criança. No entanto, não houve penetração.

Ainda segundo o delegado, conforme o relato do menor, após o abuso, ele decidiu matá-la com medo de que fosse denunciado. "Ele lavou o local da casa onde ele cometeu o crime com água e sabão, colocou o corpo em um saco e o levou para as margens do córrego. Depois disso voltou para casa e à noite saiu para namorar", disse o delegado.

Durante a coletiva, o delegado ressaltou que o adolescente é uma pessoa fria, que não demonstrou nenhum tipo de arrependimento. "Trata-se de uma pessoa calma, tranquila, que chega até a ser fria em alguns momentos". Ainda conforme a polícia, a princípio, a família do menor não teria conhecimento do crime e também não desconfiou de nada.

O adolescente ficará à disposição da Justiça. Por motivo de segurança, o local para onde ele foi levado não será divulgado.

Reconstituição

Uma multidão se reuniu nas ruas de Bom Sucesso na tarde desta quinta-feira (29) para a acompanhar a reconstiuição da morte da menina Camila Graziele dos Santos Vitoriano, de 5 anos. Cerca de 100 pessoas foram até o local da reconstituição, que começou pela casa do suspeito do crime, um adolescente de 17 anos, que era vizinho da menina. Camila foi assassinada com 12 facadas no mês de outubro.

Segundo o pai da menina, Vânder Ferreira Vitoriano, o adolescente frequentava a casa da família. "Ele frequentava nossa casa e inclusive quando a Camila sumiu, a mãe dele esteve lá rezando junto conosco. Eu quero justiça. Eu nem sei o que é isso (o adolescente)", disse o pai da menina se referindo ao suspeito que foi preso.

Por volta de 15h30, o suspeito chegou até à casa dele para a reconstituição. Dentro de um carro da Polícia Civil, o suspeito quase não foi visto. Mesmo assim, a população se revoltou aos gritos de "assassino" quando o veículo passou pelo local. Depois de ir à casa, o suspeito foi levado pela polícia até o córrego onde o corpo da menina foi abandonado. Jornalistas e populares foram impedidos de acompanhar a reconstituição de perto e por isso, muita gente se aglomerou em cima de um morro para acompanhar a movimentação de longe.

O crime

Segundo a Polícia Civil, o adolescente matou a criança para evitar que ela o denunciasse por estupro. Ele era vizinho da garota e já estava sendo investigado por ter sido visto com ela antes do desaparecimento, que aconteceu no dia 16 de outubro.

A confirmação de que o rapaz é o responsável pela morte da garota se deu a partir dos resultados dos exames de DNA feitos com materiais colhidos do corpo da criança e comparados com a saliva do suspeito.

Diante das provas, o menor confessou o crime e contou que agiu sozinho, isentando a mulher que estava presa desde a data do crime e que teria sido vista com Camila. Ela foi liberada logo após ficar claro que ela não tinha relação nenhuma com o crime. O namorado dela, que à época havia sido detido, também não teve envolvimento com o crime.

O caso

A menina Camila Graziele Santos Vitoriano, desapareceu no dia 16 de outubro, na porta de casa, em Bom Sucesso (MG) e foi encontrada dias depois por um tio e dois moradores que faziam buscas na região.

Ela estava dentro de um saco à beira de um córrego próximo da casa da família. As roupas que a menina usava quando desapareceu estavam dentro de uma sacola junto à vítima. A polícia acredita que o corpo tenha sido colocado perto do córrego há poucos dias, já que a área foi uma das primeiras onde os moradores realizaram buscas.

O laudo sobre a morte de Camila afirma que ela teve hemorragia interna, traumatismo craniano e 12 perfurações feitas com faca. Até então, a polícia suspeitava que a menina havia sido sequestrada. As hipóteses mais prováveis eram de tráfico de crianças, transplante de órgãos, trabalho escravo ou adoção ilegal.

Moradores da pequena cidade de pouco mais de 17 mil habitantes se mobilizaram espalhando cartazes com a foto da menina pelo comércio da cidade e nas redes sociais. Apesar da suspeita de que a menina tivesse sido sequestrada, a polícia concentrava as buscas pela zona rural do município.

O corpo da menina foi enterrado no dia 23 de outubro, em Bom Sucesso. Centenas de pessoas com faixas e camisetas seguiram em cortejo pedindo por justiça pela morte da garota.

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