Um britânico acusado de matar três mulheres em Bradford, no norte da Inglaterra, se identificou, na sua primeira aparição em um tribunal, como "o canibal da besta" - como tinha sido batizado por parte da mídia britânica por ter supostamente executado uma vítima usando uma besta (arma com aparência de espingarda que dispara uma flecha com uma corda).
Stephen Griffiths, formado em psicologia e doutorando em criminalogia, foi indiciado pela Justiça britânica pelo assassinato de Suzanne Blamires, 36 anos, Shelley Armitage, 31 anos, e Susan Rushworth, 43 anos, que trabalhavam como prostitutas.
Griffiths havia sido preso inicialmente no início da semana sob a acusação de assassinar Blamires, desaparecida na sexta-feira passada. Um corpo esquartejado de mulher encontrado em um rio da cidade no início desta semana foi identificado na quinta-feira como sendo de Blamires.
No tribunal em Bradford, nesta sexta-feira, ao ser solicitado para confirmar seu nome, ele disse "o canibal da besta". Perguntado sobre seu endereço, ele respondeu: "Aqui, eu creio".
A suspeita sobre Griffiths teria sido levantada graças a imagens de câmeras de segurança obtidas durante a investigação realizada pela polícia da região de West Yorkshire.
Informações veiculadas em jornais britânicos diziam que as imagens mostravam o momento em que o suspeito disparava uma flecha na cabeça de uma mulher.
Segundo o jornal The Times, o filme, gravado por uma câmera de segurança em um bloco de apartamentos, mostra Suzanne Blamires sendo perseguida por um corredor por um homem que a ataca e a deixa inconsciente no chão.
Momentos depois este homem retorna com a besta, atira a flecha na cabeça da mulher e arrasta o corpo do local.
Os casos vinham chamando a atenção da mídia britânica, que os comparou ao caso de Peter Sutcliffe, condenado à prisão perpétua pelo assassinato de 13 prostitutas na mesma região entre 1975 e 1980. Sutcliffe ficou conhecido como "o estripador de Yorkshire".
"Misantropo"
Segundo a mídia britânica, Griffiths seria formado em psicologia e estaria estudando criminologia na Universidade de Bradford.
Os jornais dizem que ele tinha um perfil em uma rede social na internet, tirado do ar pela polícia, onde se descrevia como "o misantropo que levou o ódio ao inferno" (misantropo é quem tem aversão às pessoas).
O suspeito vivia sozinho em um apartamento num moinho convertido da cidade. Ele foi descrito por vizinhos como um "solitário" obcecado com prostitutas.
De acordo com o diário The Times, ele costumava andar vestido com longos casacos negros de couro e óculos escuros e teria uma criação de ratos para alimentar lagartos de estimação.