Acusada de ter furtado um carro de uma concessionária de Curitiba durante um test-drive em maio do 2013 e suspeita de ter roubado um par de óculos de grau de uma ótica em outubro deste ano, Fabiana Sporh Godk, presa na terça-feira (25), descobriu que está grávida de dois meses nesta quinta-feira (28).
A informação foi confirmada pelo delegado Renato Figueiroa, do 8º Distrito Policial (DP) da capital paranaense. A jovem foi levada para Curitiba, onde cometeu o delito, na noite de quarta-feira (27). Ela era considerada foragida e foi presa em uma padaria em São João do Ivaí, no norte do Paraná, com a filha de seis meses.
De acordo com o delegado, a jovem de 28 anos iria prestar depoimento à Polícia Civil nesta quinta. Porém, como ela disse estar com dores abdominais, foi levada para um posto de saúde e passou por uma série de exames. “No posto de saúde, ela relatou a dúvida da gravidez.
Os exames não apresentaram nenhuma alteração além da gravidez”, contou o delegado O advogado Igor José Ogar, que representa Fabiana, também confirmou a gravidez. “Vamos fazer um pedido sucessivo de uma readequação do regime para aberto e, no pior das hipóteses, para regime domiciliar”, afirmou o advogado.
Segundo ele, com a prisão da jovem, a filha dela está sob os cuidados do pai da criança. Fabiana estava em São João do Ivaí junto com o namorado e pai da filha dela, de acordo com a polícia. Fabiana está detida no Centro de Triagem da Polícia Civil aguardando uma decisão da Justiça para ser transferida para um presídio, conforme o delegado.
O depoimento dela foi transferido para sexta-feira (28), ainda segundo Figueiroa. "Ela não nega os fatos – diz que foi um mal-entendido, que praticou estelionato e que não agrediu a vendedora”, afirmou o delegado.
Roubo do par de óculos
A jovem é suspeita de ter roubado um par de óculos de grau no valor de R$ 736 de uma ótica, de acordo com o delegado Renato Figueiroa. Um Boletim de Ocorrência foi registrado no 8º DP pelo dono do estabelecimento e, conforme o delegado, Fabiana será indiciada pelo crime de roubo.
O advogado Igor José Ogar havia dito que sua cliente agiu em uma "situação de desespero". "Ela estava desesperada porque a mãe não estava em condição de pagar e não consegue enxergar sem o óculos", explicou o advogado quando o novo crime foi divulgado pela Polícia Civil.
Fabiana responde em liberdade ao processo por furto qualificado mediante fraude, ocorrido em maio de 2013. À época, o delegado responsável pela investigação também foi Renato Figueiroa. “Ela continua fazendo isso porque se sente impune”, afirmou.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a jovem foi com a mãe à ótica e escolheu um par de óculos de grau para a mãe. “Na data para buscar o óculos, ela retornou e ficou conversando com a vendedora. Pediu para que a vendedora fosse até o carro, onde estaria a sua mãe, para confirmar se ficou bom. Ao chegarem ao local onde o carro estava estacionado [nas proximidades e sem ninguém dentro], ela deu um empurrão na vendedora, tomou o óculos das mãos dela e fugiu com o carro”, contou.
O delegado afirmou que, além do caso do furto do automóvel, Fabiana tem outros antecedentes criminais relacionados a estelionato. Em 2009, ela foi presa por porte ilegal de arma, segundo o delegado. Na época do furto do carro, Fabiana cursava direito. Agora, conforme a mãe relatou ao delegado, a jovem já se formou e está estudando para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Furto no test-drive
Segundo a polícia, durante um test-drive a jovem rendeu o funcionário da concessionária que a acompanhava, obrigando-o a descer do veículo. Fabiana se apresentou à polícia dois dias depois e, como o período de flagrante já havia passado, foi ouvida e liberada. Em entrevista à RPC TV, no ano passado, Fabiana negou o crime e disse que está pagando pelo que não fez. "Ele [o vendedor da concessionária] puxou o freio de mão e desceu para pegar a direção. Eu fiquei meio irritada e fui com o carro embora", contou.
Ela disse que a situação ocorreu depois que ultrapassou o limite de velocidade de uma via e que, por isso, o vendedor teria tomado a atitude de puxar o freio. "Logo em seguida, eu deixei o carro estacionado com a chave no meio da rua", conclui a estudante. Questionada sobre quanto tempo ele teria trafegado com o veículo, ela afirmou não se recordar.
"Mas foi bem pouco", relata. Ela afirmou também que não estava armada e que não deu voz de assalto ao funcionário da concessionária. A polícia defendeu a tese de que a jovem furtou o automóvel para utilizar as peças no conserto de outro carro, do mesmo modelo, que ela havia comprado e batido dias antes do crime. O delegado Renato Figueiroa afirmou que o dono de uma oficina confirmou que Fabiana tinha levado o automóvel até o local para que as peças fossem retiradas. O inquérito apontou que ela furtou carro em test-drive para pegar peças.