A situação de não ter um local seguro para morar e precisar dividir uma quadra de esportes com mais de 30 famílias já é bastante difícil para quem está abrigada no ginásio Edmilson Jorge, bairro do Dirceu. Mas quando essa moradia se transforma em ponto de comercialização de drogas, a convivência ganha um componente a mais: o medo.
Esse é o sentimento de A.C.S, que morava na Vila Luci e está no abrigo desde dezembro do ano passado, quando o local ficou alagado com o início das chuvas. Depois disso, ela e mais 12 pessoas da sua família, incluindo cinco crianças, vivem em constante apreensão. ?Tem muita gente vendendo droga aqui, mas ninguém pode nem falar nada?, declara a mulher, sem querer aprofundar mais o assunto.
Segundo ela, a frase que as famílias abrigadas sempre ouvem constitui-se uma verdadeira ameaça. ?Eles dizem para todo mundo que dedo duro tem a vida curta. A gente vive com o coração na mão?, relata A.C.S, informando ainda que uma das pessoas responsáveis pela comercialização da droga é mulher, a qual tem a proteção de um genro que sempre está armado.
Outros acontecimentos também contribuem para tornar o abrigo perigoso. As famílias temem que o local seja invadido por bandidos em busca de um inimigo, acusado de assassinato. ?Eles ficam só rodeando, mas a pessoa procurada não está aqui. Se arrombarem esse ginásio, nem sei o que vai ser da gente aí dentro?, afirma A.C. Por todos esses problemas, ela espera receber a nova casa com urgência. ?A gente pede a Deus que já saia daqui?, disse.
A Secretaria Municipal de Trabalho, Cidadania e Assistência Social ainda não tinha informações acerca do que acontece no ginásio. Mas segundo Getúlio Gomes Maciel, a partir da denúncia, a Semtcas avisará à Defesa Civil municipal para que acompanhe mais de perto as famílias e reforce o policiamento da área.