Falta menos de um mês para o julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de outros quatro acusados pela morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio. O júri popular será realizado, no dia 19 de novembro, em uma sala do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Há pouco mais de dois anos, o sequestro e desaparecimento da modelo chocou o país. Eliza queria que que o então jogador do Flamengo reconhecesse a paternidade do filho dela. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), ela foi morta, e o corpo, escondido.
O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, são acusados de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro, responde pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, é acusada pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Elas foram soltas em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade.
Para o júri popular, serão convocadas 25 pessoas que moram em Contagem, que são maiores de 18 anos e que não têm antecedentes criminais. Sete delas serão escolhidas por sorteio. Elas vão ocupar as cadeiras da sala onde acorrerá o julgamento, e o restante será dispensado.
Quando o júri começar, serão ouvidas 30 testemunhas de acusação e de defesa, além de três autoridades policiais. Somente depois, os réus começam a ser interrogados.
De acordo com o professor de direito penal e advogado criminalista Leonardo Bandeira, caso o júri dure mais de um dia, os réus devem ficar isolados, incomunicáveis e sem acesso a televisão e a celular, por exemplo.
O especialista explica que, se condenados, a pena máxima de Bruno e de Macarrão pode chegar a 38 anos de reclusão. Segundo ele, a grande repercussão do caso não deve influenciar na decisão da Justiça. "O júri define a responsabilidade, de acordo com o entendimento dele a respeito de justiça, mas, obviamente, sempre apoiado na prova que existe no processo e não por causa da repercussão que o fato teve na imprensa", avalia.
Outros réus
Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, também são réus no caso. Eles respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. De acordo com a Justiça, por questões administrativas, o processo precisou ser desmembrado. Eles também serão levados a júri popular, em data ainda não definida.