Ap?s um levantamento in?dito sobre aborto no Brasil, intitulado de "Aborto provocado na juventude: desigualdades sociais no desfecho da primeira gravidez", uma velha pol?mica surgiu com for?a total e trouxe ? tona uma situa??o bastante preocupante e que j? est? se tornando rotineira na vida de muitas pessoas: o aborto na adolesc?ncia. Segundo o relat?rio, aborto provocado foi o desfecho da primeira gravidez de 16,7% das mulheres de 18 a 24 anos, na pesquisa realizada com 4.634 jovens moradoras de v?rias capitais do pa?s.
No Piau?, a realidade j? assusta, sobretudo, com a recente opera??o deflagrada no Estado quando foi constatado o n?mero assustador de abortos sendo realizados clandestinamente em v?rios munic?pios. Mesmo com as in?meras campanhas de conscientiza??o e orienta??o desenvolvidas na capital e nos munic?pios, o n?mero de mulheres que
sofrem e provocam aborto continua crescendo.
Dados da Maternidade Dona Evangelina Rosa, a principal refer?ncia em partos do Estado, revelam que de janeiro a maio deste ano, j? foram feitas 999 curetagens no local, procedimento utilizado quando o feto vem
a ?bito. N?mero bastante expressivo se comparado aos 5.186 partos, entre ces?rios e normais, que ocorreram no local. Cerca de 19,86% dos atendimentos. "Mas isso n?o ? algo fora do comum. Pode ser alto, mas ? um quadro que se repete anualmente", j? havia afirmado o obstetra Jo?o Valadares. Mas segundo ele, as vezes fica imposs?vel saber se o aborto foi provocado ou espont?neo, devido a falta de informa?es de muitas mulheres. "N?o h? como saber quais mulheres tiveram aborto provocado ou quais foram espont?neos. Apesar de sempre pedirmos explica?es, ? raro alguma delas falarem que provocaram a morte do feto. Mesmo
assim n?s temos alguns ind?cios dos que foram provocados, pois o sangramento ? maior", afirma Valadares.