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VÍDEO: Catadores fecham acesso ao aterro sanitário de Teresina após anúncio de desativação parcial

A decisão da Prefeitura de Teresina impede que caminhões com resíduos domiciliares, que contêm materiais recicláveis como papelão, plástico e metal, tenham acesso ao aterro

Catadores protestam em Teresina contra a desativação parcial do aterro | Foto: Reprodução
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Catadores de materiais recicláveis protestam na manhã desta sexta-feira (4) contra a desativação parcial do aterro sanitário da Vila Dagmar Mazza, na Zona Sul de Teresina. A medida foi anunciada pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil) após a morte de David Kauan Silva da Costa, de 12 anos, atropelado por um trator no local em 22 de junho.

A decisão impede que caminhões com resíduos domiciliares, que contêm materiais recicláveis como papelão, plástico e metal, tenham acesso ao aterro. Apenas resíduos de capina e varrição seguem autorizados a entrar. Para os catadores, isso representa a perda da principal fonte de sustento.

“Os carros de lixo com resíduo domiciliar, que é o que a gente separa pra tirar o material reciclável e conseguir o nosso sustento, não vão mais subir. Só vai subir carro que traz mato, capina, que é como a gente chama aqui, da rua”, afirmou o catador Wanderson Almeida, um dos líderes do protesto.

O grupo também critica informações que foram divulgadas sobre os trabalhadores do local. “Falaram umas coisinhas na mídia sobre os catadores e algumas coisas que estão acontecendo aqui que não são verdade. A gente quer dar nossa versão e quer condição de trabalho, já que querem fechar o aterro sanitário pra nós, entendeu?”, disse Wanderson.

BLOQUEIO DE CAMINHÕES

Durante a manifestação, os próprios catadores tentaram impedir a entrada de caminhões com qualquer tipo de resíduo. Os veículos estão despejando lixo na parte de fora do aterro. “Estamos aqui na manifestação pra evitar que suba qualquer carro, seja de capina ou de lixo domiciliar, pra que a gente consiga de verdade fazer essa manifestação e expressar o nosso direito também”, falou.

PREFEITURA quer "evitar novas tragédias"

A Prefeitura afirma que a mudança visa afastar pessoas não cadastradas e evitar novas tragédias. Segundo a gestão municipal, enquanto uma nova licitação não for concluída, os resíduos domiciliares de Teresina serão enviados a aterros particulares. 

O presidente da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb), Vicente Moreira Filho, visitou o local junto aos secretários Marco Antônio Ayres (Planejamento) e Ellyo Teixeira (Comunicação). Eles elaboraram um relatório e entregaram ao prefeito, que determinou ainda o reforço da vigilância armada e um novo processo de cadastramento das pessoas que trabalham no local. O MeioNews.com entrou em contato com a Prefeitura de Teresina para mais informações e aguarda um retorno.

NOVA REUNIÃO COM VEREADORES

O prefeito de Teresina, Silvio Mendes, reuniu-se na manhã desta sexta-feira (04) com vereadores e autoridades com o intuito de debater os problemas que envolvem o Aterro Sanitário da cidade. A reunião aconteceu no gabinete do gestor.

Ao falar da situação do aterro, o chefe do executivo municipal falou da mudança no descarte do lixo e da situação da limpeza pública. ‘’A licitação que está em curso vai mudar a situação do aterro sanitário, ele receberá apenas o lixo inerte - capina e varrição. Na hora que acabar de depositar plástico, metal, vidro e papelão, o pessoal que hoje cata o lixo para aumentar a sua renda sairá naturalmente. A gente quer uma cidade mais limpa, todo mundo está reclamando, começa aqui de nós’’, disse Silvio.

Como encaminhamentos principais, o prefeito falou em duas principais mudanças que envolvem os catadores. ‘’Primeiro: nós vamos cercar o local onde o caminhão vai levar o lixo coletado atualmente, fazer uma cerca mesmo. Segundo: vamos limpar um galpão grande que tínhamos feito para botar pneus por conta da dengue, e então colocar o pessoal da educação em atividade como se fosse uma escola aberta de final de semana, criar atividades para essas crianças para não irem com as mães no local da coleta’’, finalizou o gestor.

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