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Vereador é preso durante operação por suspeita de participação em rachas no Piauí

Parlamentar foi conduzido à delegacia após irregularidade encontrada durante cumprimento de mandado; investigação envolve 26 suspeitos

Vereador é preso em operação contra 'racha' no Piauí | Foto: Reprodução
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O vereador de Hugo Napoleão, Eduardo Rios, foi preso nesta quinta-feira (27), durante a Operação Need for Speed, da Secretaria de Segurança Pública do Piauí. Ele é um dos 26 investigados por participação em corridas ilegais, conhecidas como rachas, em Teresina. A ação também apreendeu carros de luxo em posse do parlamentar.

O vereador foi preso porque tinha uma arma de fogo em um endereço alvo da operação na capital piauiense. Pelo registro, a arma só poderia estar em sua residência no município de Hugo Napoleão. Eduardo pagou fiança e já foi liberado. 

Vereador de Hugo Napoleão, Eduardo Rios - Foto: Reprodução

Delegado explica dinâmica da prisão

O delegado Filipe Bonavides, responsável pela operação, detalhou a situação:

“Essa arma de fogo estava no nome dele registrada, mas era para estar em Hugo Napoleão, que era o único endereço autorizado para que ela estivesse guardada, porque ele não tinha o porte. Ele só tinha a posse da arma”, afirmou.

Segundo o delegado, a presença da arma em Teresina caracterizou o flagrante:

“Como essa arma estava em Teresina, ele se caracterizou no estado de flagrância por porte ilegal de arma de fogo. Então ele foi preso em flagrante e trazido até a unidade policial”, completou.

Investigação aponta participação em rachas

Eduardo Rios também é investigado por participar dos eventos ilegais.

“Esse investigado [...] possuía um veículo de alto padrão e também estava participando desses grupos, desses eventos de prática de racha”, disse Bonavides.

A polícia acredita que os encontros eram organizados com frequência e reuniam veículos de grande potência, colocando motoristas e pedestres em risco.

Fiança paga e investigação continua

Ainda na unidade policial, foi fixada uma fiança, que o vereador pagou para responder em liberdade.

“Foi arbitrada uma fiança, ele pagou essa fiança para responder por esse crime em liberdade”, informou o delegado.

VEJA O MOMENTO EM QUE OS INVESTIGADOS PRATICAVAM O 'RACHA'

Relembre a operação

A operação “Need for Speed” teve como alvo 26 pessoas investigadas por participação em rachas, manobras perigosas e condução de veículos de alto desempenho em vias urbanas. A Avenida Raul Lopes, na zona Leste de Teresina, era um dos pontos mais utilizados para as práticas ilegais.

Entre os investigados está Wanderson Silva, conhecido nas redes sociais como “Jetta do Wanderson”, que possui cerca de 30 mil seguidores no Instagram e publicava vídeos de corridas e manobras em vias movimentadas.

O que é racha?

Racha, também chamado “pega”, é uma corrida clandestina realizada em ruas ou rodovias. Além de infração gravíssima, coloca em risco a vida dos participantes e de pedestres.

Medidas impostas pela Justiça

  • A Justiça determinou medidas cautelares aos investigados, incluindo:
  • Suspensão da CNH ou permissão para dirigir por seis meses;
  • Recolhimento domiciliar à noite e nos fins de semana;
  • Proibição de frequentar bares, casas noturnas e pontos de racha;
  • Retirada, em até 24 horas, de conteúdos nas redes sociais que façam apologia a crimes ou corridas ilegais;
  • Uso de tornozeleira eletrônica, quando necessário.

Oito meses de investigação

A investigação durou cerca de oito meses e identificou diversos veículos utilizados em corridas clandestinas. Os automóveis apreendidos possuem valores que variam entre R$ 555 mil e R$ 1,7 milhão.

O diretor de Operações de Trânsito, Fernando Aragão, destacou que o objetivo é coibir práticas que colocam vidas em risco.

“Esse tipo de atitude acaba tirando vidas, não só de quem pratica, mas também de terceiros que nada têm a ver com a situação.”

O superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, reforçou o caráter integrado da operação. 

“Estamos diante de um trabalho minucioso, que busca restabelecer a segurança nas vias públicas. Essas práticas ilegais representam grave risco para toda a população”

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