TRON: Transformando a educação através da robótica, tecnologia e inovação social

Conexão profunda dos alunos com a tecnologia, promovendo o desenvolvimento de soluções inovadoras e funcionais.

Heitor Bittencourt e Artur Felipe. | Jéssica Dayane/ Portal MeioNews
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Em um mundo em constante evolução, a tecnologia se torna cada vez mais presente e inevitável. Desde como nos comunicamos até a maneira como trabalhamos e aprendemos, ela está em tudo. Desta forma, a Startup TRON Robótica Educativa permite que as escolas integrem conteúdos sobre novas tecnologias, como Programação, IA, Astronomia e Economia Criativa, na grade curricular, proporcionando aos alunos uma educação completa. 

Alunos do SESC durante aula de robótica./Foto: Jéssica Dayane

SURGIMENTO

A história da startup começou quando Gildário Lima, fundador da TRON e doutor em Física, identificou a falta de uma metodologia estruturada para o ensino de robótica. Em vez de apenas fornecer kits e instruções práticas, o professor reuniu pesquisadores para desenvolver um método inovador que integrasse teoria e prática de forma eficaz.

Gildário Lima./Foto: Jéssica Dayane

 "Eu via a necessidade de preparar esses alunos para o futuro. [...] A gente resolveu organizar um conjunto de estudos, né e criou uma metodologia que organiza a inserção de tecnologia no do currículo das escolas com o objetivo de preparar e criar uma cultura digital para que as crianças e os jovens se preparem para o presente para o futuro que é cada vez mais tecnológico”, afirmou Gildário.

Um dos maiores nomes do humor brasileiro, Whindersson Nunes, não é apenas um dos principais sócios da TRON, mas também um símbolo da empresa e da sua missão de transformar a educação.  “Ele é uma das personas. Desde o início eu achei que faria sentido ele ser sócio em uma ação que nasceu no Piauí que tava ganhando o Brasil e que agora vai para o exterior também”, explicou o fundador. 

DIFERENCIAL 

Gildário destaca a capacidade da metodologia da empresa de promover uma conexão mais profunda dos alunos com a tecnologia. Essa conexão vai além do aprendizado teórico, levando os alunos a desenvolver soluções inovadoras, robustas e funcionais.

“Quando você conversa com o aluno do método do TRON, você vai ver que ele entende melhor os termos. Ele consegue ter uma explicação mais aprofundada. Foi o grande objetivo que a gente concretiza na prática”, destaca. 

Heitor Bittencourt./Foto: Jéssica Dayane

Uma das grandes provas da fala do fundador é Heitor Bittencourt, aluno da escola do Serviço Social do Comércio (SESC) de Teresina, uma das instituições parceiras da TRON. Com apenas 9 anos, ele explica com facilidade e clareza temas referentes à robótica.

“Com estudo, foco e determinação a gente consegue alcançar tudo o que a gente sonha. Eu já a participei da feira de robótica apresentando a Horta Maker, junto com a minha colega. O objetivo é fazer o cultivo de hortaliças de maneira automática, que ela possa fazer uma irrigação automatizada”, afirmou o estudante. 

Bianca Letícia, de 9 anos, apresenta a Lixeira Maker Automatizada. A ideia surgiu do princípio de não encostar as mãos nas lixeiras: “Ela é Maker, porque fizemos com as nossas próprias mãos e automatizada porque é automática. Então eu não já disse que a gente não precisa tocar”. 

Janaína Vilarinho./Foto: Jéssica Dayane

A professora de Heitor e Bianca, Janaína Vilarinho, explica que a escola promove uma aula por semana, do maternal até o 9° ano. Durante as aulas, os alunos integram conhecimentos de diversas áreas, como Física, Química e Matemática, de forma lúdica e significativa. Segundo ela, todos os projetos são desenvolvidos pelas próprias crianças.

"A gente faz essa construção juntos. Começamos desde a parte teórica, estudamos a parte da programação, para a gente estar montando esse projeto”, pontua a professora. 

Luciani Vieira./Foto: Jéssica Dayane

Luciani Vieira, professor do curso de Engenharia de Software do iCEV - Instituto de Ensino Superior, explica o projeto desenvolvido pelos alunos do 3° período: óculos inteligentes que utilizam visão computacional e inteligência artificial para auxiliar pessoas com deficiência visual. O objetivo é promover a inclusão e a autonomia desses indivíduos, onde os “óculos poderiam traduzir e direcionar a pessoa com deficiência”.

“Ela é de fundamental importância, porque ela é uma empresa indiretamente ligada a robótica e a inteligência artificial. Então com as ideias dos meninos e com as orientações devidas da TRON conseguimos refinar e trabalhar essa ideia diretamente para o mercado com o objetivo que a gente almeja”, ressaltou o professor. 

RESULTADOS DE IMPACTOS SOCIAIS CONCRETIZADOS

Através da inovação e da criatividade dos alunos, surgem diversas ideias que transformam a realidade de pessoas dentro e fora da escola. Um exemplo inspirador é o dispositivo para auxiliar a comunicação de pessoas surdas com a música. A Tecnologia MR foi idealizada em uma escola do interior do Ceará que participava do Método TRON, onde uma aluna que fazia parte do projeto possuía deficiência auditiva.

Alunos de engenharia de software apresentam projeto./Foto: Jéssica

"Lançamos no Rock in Rio com o Whindersson e de lá para cá a gente melhorou. E esse ano a gente levará 20 pessoas surdas para o Rock in Rio para testar a versão final. Esse projeto deve ser apresentado no exterior. A gente tá fazendo a parceria com a Embaixada Americana para tentar levar essa ideia também para fora do Brasil para a gente poder estimular cada vez mais”, informou o fundador.

O projeto está inserido dentro da 6.28 Technologies. Fundada por Gildário Lima e Whindersson Nunes, dois piauienses, o nome é uma referência a 2π (2PI). É uma startup cujo objetivo é investir em tecnologias e ideias inovadoras, que em breve se tornarão produtos como:

  • Telescópio Educativo Saturn:  ajudará alunos de escolas públicas e privadas no estudo de Ciências, Tecnologia Aplicada e Astronomia;
  •  Bee Box: tecnologia que permite o cultivo de meliponicultura em casas, apartamentos e pequenas propriedades, contribuindo com a preservação das abelhas sem ferrão e com a agricultura familiar. “É terapêutico também tá ensinando as pessoas sobre a importância, né dos alimentos e de cuidar do meio ambiente”, destaca o presidente.

Whindersson e Gildário também criaram o Expande, para levar tecnologia e educação a crianças e jovens de comunidades periféricas. O programa é patrocinado por agentes públicos e/ou privados, proporcionando a criação de laboratórios de tecnologia em comunidades periféricas de todo o Brasil, visando a promoção da inclusão social por meio da tecnologia.

Sala da TRON./Foto: Jéssica Dayane

No Piauí, a sala em Bom Jesus, criada em parceria com o Tribunal de Justiça do Piauí, oferece ensino para jovens vulneráveis ou em conflito com a lei, visando desenvolver suas habilidades e criatividade.

IMPULSIONAMENTO E ESCOLAS PÚBLICAS

Atualmente, a startup atua em 26 escolas do Brasil, chegando a 60 durante a pandemia. Apesar dos desafios impostos pelo COVID-19, a empresa retomou seu crescimento e está traçando planos ambiciosos para o futuro. A previsão para o final de 2024 é que a TRON esteja presente em 120 a 130 escolas, sendo 100 delas públicas.

"A gente tá nascendo para as escolas públicas no estado do Piauí. Ano que vem a gente vai para outros estados. Vão fazer parte de um projeto-piloto agora no segundo semestre, para a partir do ano que vem a gente expandir. O SeducTron", afirmou o gestor. 

Gildário Lima./Jéssica Dayane

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