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Theatro 4 de Setembro completa 131 anos como vitrine da arte piauiense

Símbolo da identidade cultural do estado, o espaço resiste ao tempo e se renova com projetos que aproximam artistas e público.

Theatro 4 de Setembro | Foto: Divulgação
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Todo mundo que já entrou no Theatro 4 de Setembro conhece a sensação de respirar fundo e, por um instante, silenciar. É como se as paredes guardassem um segredo antigo e, de certa forma, guardam. A maior casa de espetáculos do Piauí chega hoje aos 131 anos reafirmando seu papel como coração cultural de Teresina e espaço de encontro entre plateia e artistas.

A ideia de erguer o teatro nasceu em 4 de setembro de 1889, do desejo da sociedade teresinense de ter um espaço digno para a arte. Desde então, o local tornou-se palco de gerações, acolhendo apresentações de teatro, música, dança, humor e até cinema, foi ali, em 1901, que a capital assistiu ao seu primeiro filme.

Com capacidade para cerca de 500 pessoas, o 4 de Setembro se consolidou como a principal casa de espetáculos do estado, guardando memórias e servindo de vitrine para talentos locais e nacionais.

Restauração e modernização

Após quase cinco décadas sem grandes intervenções, o teatro passou por uma restauração em 2016, sob responsabilidade da Secretaria da Cultura do Piauí (Secult). O investimento de aproximadamente R$ 850 mil contemplou desde camarins e salas administrativas até elétrica, hidráulica, mobiliário e pintura. A fachada também ganhou nova iluminação em LED.

Essa obra foi decisiva para devolver vitalidade ao Complexo Cultural, que inclui ainda o Clube dos Diários, a Sala de Teatro Procópio Ferreira, o Teatro Torquato Neto e a Sala Chico Pereira. Em 2019, novas melhorias garantiram mais conforto ao público e melhores condições técnicas aos artistas, com manutenção de som, luz e ajustes estruturais.

Projetos que formam plateia

Se o teatro é a casa, os projetos da Secult são os moradores que a mantêm viva. O tradicional Seis e Meia transformou em hábito o encontro cedo para shows que unem nomes nacionais e artistas piauienses. Já o Boca da Noite, prestes a retornar em 2025, reforça o compromisso com a música local, formando público e mantendo a cena cultural em movimento.

Patrimônio e identidade

Tombado como patrimônio cultural do Piauí no início dos anos 2000, o Theatro 4 de Setembro é mais que um espaço de espetáculos: é memória, identidade e resistência. Foi lá que muitos artistas estrearam, cresceram e voltaram como protagonistas.

Com estrutura moderna e programação constante, o espaço segue como referência. Para o secretário da Cultura, Rodrigo Amorim, preservar o teatro é garantir a continuidade dessa história. “A cada temporada, buscamos conciliar tradição e inovação. O 4 de Setembro é um patrimônio que pertence a todos os piauienses, e nossa missão é mantê-lo vivo e ativo”, afirma.

Um futuro em cartaz

Entre arquitetura imponente, aplausos que atravessaram séculos e projetos que se renovam, o Theatro 4 de Setembro prova que a cultura, quando apoiada por políticas públicas e pela sociedade, consegue resistir ao tempo e seguir em cartaz, como um espetáculo sem fim.

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