O 1º Batalhão da Polícia Militar informou que não há registros de furtos praticados por grupos conhecidos como 'lanceiros' no Centro de Teresina desde abril deste ano. A informação foi confirmada pelo comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Pitombeira, que afirmou que as operações realizadas no ano passado na região ajudaram na diminuição dos casos. Até o momento, não foram apresentados dados quantitativos das ocorrências totais no ano.
Geralmente formado por mulheres, “lanceiros” são grupos que cometem furtos em locais com grande circulação, como lojas, paradas de ônibus e calçadas do Centro. Com a aproximação das festas de fim de ano, quando o movimento na área aumenta, o policiamento passa por reforço para coibir esse tipo de crime.
"Tivemos várias operações realizadas pelas polícias Civil e Militar no ano passado. Vários suspeitos foram presos, quadrilhas de lanceiras foram desarticuladas, muitas delas vindas do estado vizinho do Maranhão, principalmente de Timon. Eu me lembro que alguns, posteriormente, foram soltos. Esse é um dos nossos problemas: a polícia prende e, por fragilidade da lei, eles são liberados e voltam ao local do crime para fazer a mesma coisa”, afirmou o coronel em entrevista ao MeioNews.
O coronel explicou que esse tipo de ocorrência é recorrente e que parte dos grupos já havia sido detida em outras ações. “Ainda neste ano alguns foram presos novamente. No final do ano passado também prendemos um grupo. Fizemos uma operação antes do período de Natal e prendemos uma quadrilha especializada nesse tipo de crime. Depois disso, eles teriam sido presos novamente, acho que na cidade de Caxias. Acredito que estejam detidos no presídio do Maranhão.”
Segundo ele, o policiamento segue monitorando a movimentação desses grupos para evitar novas ocorrências. “Nós estamos atentos. A nossa inteligência tem informações, fotos e imagens desse pessoal. Vamos continuar trabalhando no Centro, identificando esses grupos e fazendo um trabalho preventivo para tirar essa turma de circulação.”
Plano especial para dezembro
Ele explicou ainda que a corporação vai incluir policiamento motorizado com motos para ampliar o alcance das equipes. “A ideia é colocar esse policiamento em cima de motos, porque o perímetro de cobertura é bem maior do que a viatura”, disse. A previsão é que o reforço comece nas primeiras semanas de dezembro.
Segundo o comandante, o objetivo é avaliar o impacto da ação até o fim do ano e decidir se o modelo será mantido de forma permanente. “Ao final do mês, a gente vai reavaliar se houve impacto. Se tiver resultado, a determinação é manter o policiamento motorizado no Centro”, explicou.
Imóveis abandonados continuam sendo desafio
O coronel Pitombeira também comentou sobre a grande quantidade de imóveis desocupados na região central. Segundo ele, há mais de 500 prédios catalogados nessas condições. “Isso fragiliza e facilita muito a permanência de pessoas em situação de rua”, afirmou.
Para ele, o problema é social e exige ação de várias instituições. “A polícia trabalha com as consequências. A gente tem que atacar as causas, unir todos os braços, municipal, estadual e federal, para dar uma solução”, disse.
O comandante ressaltou ainda que o tráfico de drogas é um dos principais fatores que alimentam pequenos furtos e arrombamentos na região, mas que ações conjuntas vêm sendo realizadas. “O delegado Tato tem feito um trabalho muito forte, tirando muita gente de circulação”, completou.
Teresina registra menor número de homicídios em 20 anos
Além das ações no Centro, o comando policial destacou queda na violência letal. Em novembro, Teresina registrou apenas oito homicídios, o menor número para um mês desde 2005.
O coronel Pitombeira afirmou que o resultado reflete o trabalho conjunto das forças de segurança. “Esse mês de novembro teve apenas oito homicídios, o menor número registrado em 20 anos. Isso mostra uma queda consistente da violência”, disse.
Segundo ele, a redução é efeito direto do programa Pacto Pela Ordem. “É muito planejamento, integração entre PM, Polícia Civil e Polícia Penal, principalmente com ações de inteligência e ocupações de áreas críticas”, explicou.
A capital fechou 2025 com taxa de 22,41 homicídios por 100 mil habitantes, a menor desde 2009. Em três anos, a redução foi de mais de 45%. “Os dados mostram uma capital mais segura, com queda histórica da violência. Não é um fato isolado, é constância”, afirmou o comandante.