Em março deste ano, o Instituto Trata Brasil divulgou o Ranking do Saneamento 2023, apresentando no seu relatório os indicadores de saneamento básico das 100 maiores cidades brasileiras. Teresina registrou um avanço de 4 posições no ranking em comparação ao ano anterior e se destaca na relação das capitais que mais investem per capita no período de 2017 a 2021. Durante esse intervalo, a cidade direcionou R$ 134,98 por habitante para investimentos, consolidando-se como a segunda capital do Nordeste com o maior investimento por pessoa, de acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS/2021). Atualmente, esse valor já alcança a marca de R$ 146,55 per capita.
Nos anos de 2023 e 2024, Teresina se programa para receber o mais significativo aporte de fundos na história da subconcessão em esgotamento sanitário: Um total de 220 quilômetros de redes de esgoto coletor, 7,1 quilômetros de linhas de recalque, 3,3 quilômetros de interceptores e a construção de 23 novas Estações Elevatórias de Esgoto estão previstos.
Muitos desconhecem, mas a cada ano, aproximadamente 13 bilhões de litros de esgoto tratado são reintegrados aos rios Poti e Parnaíba. Isso se traduz em uma média de 35 milhões de litros devolvidos de maneira apropriada ao meio ambiente todos os dias, o que equivale à capacidade de 14 piscinas olímpicas.
Desde que chegou a capital piauiense, em 2017, a Águas de Teresina tem um desafio grandioso no que versa sobre melhorias para o esgotamento sanitário e, consequentemente, na oferta de uma melhor qualidade de vida aos seus habitantes. O diretor presidente da concessionária, Jacy Prado, explica que houve um grande trabalho em função da água, “justamente para gente universalizar o município, ou seja, distribuir água de qualidade para todo mundo da zona urbana da cidade. E, recentemente, a gente fez um trabalho bastante importante na parte de esgotamento sanitário”, frisa.
Ele ressalta que a concessionária conseguiu evoluir do indicador de 19% de 2017 e fechar 2022 na faixa de 40%.
“Hoje, está indo por volta de 43% e a gente tem uma meta bastante ambiciosa e bastante agressiva de chegar em 50% em 2024, fazendo com que Teresina se destaque no ranking das capitais mais saneadas do Brasil. Além disso, a gente é aderente ao marco regulatório do setor e vai chegar a universalização do esgotamento sanitário do saneamento de forma geral até 2033”, revela Padro com otimismo.
Quanto a meta escalonada de investimentos da empresa no setor, a qual trabalha em forma de contrato, o presidente foi taxativo: “A próxima meta que a gente tem é 59% de cobertura de coleta e tratamento do esgoto em meados de julho de 2024. Depois disso, a gente tem metas escalonadas, que é em 2028, quando a gente deve chegar a 90%, e a universalização do esgotamento sanitário até 2033”, pontua Jacy.
Sobre a tecnologia e inovação usados pela empresa nessa área de esgotamento, a Águas de Teresina trabalha com eficiência operacional através de diversas parcerias. Isso porque a holding tem cooperação de diversos fundos, objetivando trazer novidades no setor. “Tudo que envolve o setor de maneira geral é discutido sempre em eventos, em palestras, em feiras e que a gente tenta trazer para Teresina o que a gente tem de melhor. Hoje, a gente trabalha com uma eficiência operacional respirando a eficiência, mas em função de tentar fazer as obras dentro da cidade com a melhor qualidade possível, principalmente relacionado ao asfalto que a gente tem atualmente, ou seja, mais de 3 mil quilômetros de rede sobre gestão. E já fizemos mais de 1.100 quilômetros de rede, mas hoje o nosso principal desafio, com certeza, é fazer um asfalto da melhor qualidade possível e devolver para o teresinense o melhor asfalto”.
No organograma da concessionária, vários bairros de Teresina serão beneficiados com o serviço de esgotamento sanitário e, consequentemente, ter melhoria na qualidade de vida. A Águas de Teresina tem, hoje, oito frentes de trabalho atuando no município, em diversos bairros, desde a região do conjunto Saci, na zona Sul da cidade, até próximo da Estação de Tratamento de Água do bairro Pirajá, na zona Norte. Então, todos os bairros naquela região serão impactados em função do esgotamento sanitário. Ainda em 2023 e começo de 2024, a empresa vai implantar algo em torno de 220 quilômetros de rede nos referidos bairros e todos serão impactados com benefício do esgotamento sanitário.
Jacy Prado esclarece que a empresa realiza uma açãoconstante de informar à população o que está acontecendo.
Trata-se da educação ambiental que consiste no trabalho realizado pelos agentes socioambientais que vão de casa em casa. Ou seja, eles avisam a dona da residência ou o proprietário do imóvel que estão sendo beneficiados com a rede de esgoto, bem como quais são os benefícios que eles vão ter e efetivamente a responsabilidade de cada um, pois cada casa daquela tem a sua obrigação de fazer a sua conexão na rede de esgoto. “Então é um trabalho que a gente faz diário, de informar à população e trazer a população um pouco para dentro de casa, para dentro da Águas de Teresina, para que possa entender os benefícios do saneamento e também as melhorias na sua vida como saúde, a educação, a qualidade de vida, e a dignidade de forma geral”.
Redução nos casos de diarreia
Os benefícios resultantes do esgotamento sanitário nos bairros são visíveis e a população pode comprovar. Um indicador muito importante relacionado a isso é justamente a saúde do município. Para se ter uma ideia, desde a chegada da Águas de Teresina em 2017, “as internações por diarreia (doença que acomete principalmente crianças de um a quatro anos de idade) reduziram em 68%, que é uma doença relacionada ao saneamento. Então, a gente tem uma atuação junto, tanto aos órgãos públicos, quanto à população, muito atuante. Na população especificamente, temos programas sociais”, frisa Jacy Prado.
Aluno tem oportunidade de beber água tratada na escola
Dentre eles, o Programa Afluentes, que visa estabelecer um canal de comunicação transparente entre a concessionária e a comunidade. Através das reuniões diárias e semanais com os líderes comunitários dos bairros de Teresina, a empresa se aproxima dos residentes, compreende suas necessidades e acolhe sugestões e opiniões a respeito dos serviços oferecidos. Além de avaliar os investimentos e ações realizados na região, as reuniões do Programa Afluentes proporcionam uma oportunidade para esclarecer dúvidas, ouvir as preocupações da comunidade e oferecer respostas às suas demandas. “Não só para ouvir as demandas do saneamento, mas de vários setores, do que que está acontecendo na comunidade dele e também poder passar para ele um pouco da nossa percepção, do que que a gente está fazendo, das nossas obras, enfim, dos benefícios”, argumenta o presidente da concessionária, explicando que o número de queixas diárias devido à escassez de água diminuiu de 1.500 para apenas 15 em um período de seis anos.
Infectologista defende investimentos em saneamento básico
De acordo com o médico infectologista Luciano Mourão Nascimento de Carvalho, promover a saúde humana, preservar o meio ambiente e os recursos naturais são ações essenciais que estão entre os principais objetivos do estabelecimento de uma política efetiva de saneamento básico. “Com a ausência de saneamento básico, a população fica sujeita a várias doenças que prejudicam a saúde da população e interferem em sua qualidade de vida, renda e educação, entre outros”, reforça.
Médico infectologista destaca ações de acesso à água potável
Ele disse que, no Brasil e, em especial no Nordeste, a universalização do acesso à água potável e ao tratamento de esgoto é um direito que deve ser atribuído a todas as camadas sociais. Esse cenário traz graves consequências para o desenvolvimento urbano, comprometendo a saúde das pessoas (o que sobrecarrega os serviços de saúde pública), sua educação e sua força de trabalho.
O especialista relata que “em associação a outros riscos, como a subnutrição e problemas de higiene, a falta de saneamento facilita a propagação de doenças, sobretudo entre aqueles que apresentam uma saúde mais fragilizada”, pontua Luciano, observando que a fragilidade do saneamento básico, aliás, é uma das principais causas de graves problemas de saúde que afetam a população.
Cabe pontuar que a maioria das doenças frequentemente associadas à precariedade nos sistemas de coleta e de tratamento de esgoto, bem como no acesso à água potável, é causada por cistos, larvas ou parasitas provenientes de fezes e fluidos humanos, aos quais a população sem acesso ao saneamento está constantemente em contato.
“Podemos citar como exemplos de doenças associadas à falta de esgotamento sanitário: Diarreia por Escherichia coli; Disenteria bacteriana; Amebíase; Giardíase; Verminoses; Febre tifoide; Cólera; Leptospirose; Hepatite A e Arboviroses (dengue, chikungunya e zika)”, alerta o infectologista.
Taxativo, ele ressalta, ainda, que são doenças que podem não ter sintomas, ter sintomas moderados e podem causar graves problemas de saúde que podem resultar em óbito. “Por isso, investir em saneamento básico é investir em saúde, zelar pela qualidade de vida das pessoas e evitar internações hospitalares com risco de desfechos negativos”, explica Luciano Carvalho, justificando que os pacientes com a imunidade mais fragilizada são os que terão os sintomas mais intensos e os que têm mais riscos de ter gravidade de sintomas, ou seja, as crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas.
Saúde, educação e qualidade de vida são prioridades
O tratamento do esgotamento sanitário realizado pela Água de Teresina vem evoluindo graças a um trabalho constante. A direção da empresa disse que espera deixar um legado para comunidade que é de saúde, educação, dignidade, qualidade de vida, valorização do imóvel, aumento de turismo e dos investimentos na cidade em função do saneamento. Com isso, todos os setores da economia são beneficiados e a população vai poder sentir isso conforme o esgotamento sanitário for sendo implantado.
A manutenção de infraestrutura das redes de esgoto e da estação de tratamento requer um trabalho rigoroso e contínuo. Isso é feito através de um Centro de Controle de Operações, localizado sede da concessionária, no bairro Todos os Santos, zona Leste de Teresina, em que a direção é avisada instantaneamente de qualquer problema. O CCO da Águas de Teresina conta com recursos tecnológicos que garantem o monitoramento e a melhor distribuição de água na cidade.
Por isso, ao menor sinal da queda de pressão de água, por exemplo, os computadores são comunicados imediatamente, e uma equipe é deslocada rapidamente para saber o que está acontecendo. “Tudo isso a gente tenta fazer da forma mais automatizada possível para não impactar a população. Mas é muito importante a participação da população, pois ela acaba nos informando do que está acontecendo. Se ver algum tipo de problema, pode ligar ou mandar uma mensagem pelo WhatsApp no 0800-2232-1000, e assim a gente tenta atuar da melhor da maneira e mais rápida possível”, esclarece o diretor-presidente da Águas de Teresina.
Jacy foi taxativo ao afirmar que não existe poluição na rede de esgoto, já que é feito o correto tratamento do afluente, pois é jogado no meio ambiente da forma que não altere a concepção dos rios. Portanto, não existe nenhum tipo de malefício ao meio ambiente. Então, aquele esgoto que iria para o rio, que acaba sendo o ponto mais baixo da cidade, é devidamente coletado e tratado, e jogado no rio com uma concepção adequada, sem nenhuma alteração no meio ambiente em função disso.
Ações da Águas de Teresina
- 13 bilhões de litros de esgoto tratado são reintegrados aos rios Poti e Parnaíba;
- Até 2024, concessionária deve alcançar 59% de cobertura de coleta e tratamento do esgoto
- Concessionária já fez 1.100 quilômetro de rede de esgotos;
- Em 2023/2024, a empresa vai implantar algo em torno de 220 quilômetros de rede;
- Implementou mais de 15 projetos sociais;
- Implantou o projeto Escola Saneada na Escola Municipal Raimundo Adão, zona rural de Teresina;
- Prioriza saúde, educação, dignidade, qualidade de vida, valorização do imóvel, aumento de turismo e dos investimentos na cidade em função do saneamento.
Escola Saneada será ampliado em 2024
A Águas de Teresina também tem uma preocupação com a responsabilidade social, tanto que realiza projetos conscientização sobre a importância quanto a gestão adequada do esgoto, bem como engajamento da comunidade. Responsável por mais de 15 projetos sociais, a empresa implantou o Escola Saneada, na zona rural de Teresina. O projeto piloto foi concebido no dia 30 de agosto, na Escola Municipal Raimundo Adão, que atende 156 alunos.
Dentre as iniciativas já concretizadas pela concessionária, estão a realização de uma reforma completa do banheiro, a urbanização do poço e a adaptação das instalações internas para permitir o abastecimento a partir do poço, a introdução de um biodigestor, a criação de uma horta comunitária equipada com um sistema de irrigação, a implementação de calhas para captar água da chuva, destinada a descargas sanitárias e à irrigação de jardins e hortas, bem como melhorias estruturais e a pintura da escola. “Foi um trabalho piloto que fizemos junto a diretoria da escola para melhorar a estrutura e ter a conscientização também dos alunos de que eles possam, inclusive, levar para casa aquela informação de que todo mundo ali está tomando uma água adequada e tendo seu esgoto coletado e tratado”, pondera Jacy Prado, ressaltando que a intenção é expandir o projeto para toda Teresina.
Quanto a isso, ele adianta que existem planos para começar, a partir de 2024, novos projetos relacionados a Escola Saneada, inclusive com parcerias de fornecedores de equipamentos e levar a ideia também para zona rural de Teresina como forma de mostrar o comprometimento com a cidade de forma geral. “Os alunos podem levar para casa informações sobre o esgotamento sanitário e ajudar a dona de casa a entender o quão é importante o saneamento”.
O saneamento básico é um direito fundamental que promove saúde, qualidade de vida e desenvolvimento humano. Além de reduzir o afastamento de crianças da escola, o saneamento contribui para a preservação do meio ambiente e a aprendizagem sobre a importância da sustentabilidade.
Ana Maria da Costa, diretora da escola Raimundo Adão, afirma que a ação de saneamento na escola trouxe benefícios para toda a comunidade escolar. Além de reduzir custos, a iniciativa também promoveu a aprendizagem dos alunos e educadores sobre a importância da sustentabilidade. “Estamos felizes por termos sido contemplados com essa ação que envolve alunos e profissionais da escola”, relata.
De acordo com Murilo Formiga, gerente de Operações da Águas de Teresina, na Escola Municipal Raimundo Adão, foi implementado o sistema de biodigestor de tratamento. “É o mesmo tratamento que é utilizado em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) convencional, mas em uma escala menor local exclusivo para escola”, justifica, argumentando que agora, em vez da escola simplesmente lançar o esgoto sem tratamento no solo, ele passa por um sistema de tratamento de esgoto completo.
Ele ressalta que, em Teresina, “estamos estruturando o que há de mais moderno em tratamento de esgoto na ETE Pirajá, onde vai ser possível dobrar a capacidade de tratamento da estação, sem necessidade de ampliar o terreno, mudando a tecnologia de lagoas de estabilização para um sistema aerado, seguido de lodo ativado”, revela Formiga. Conforme a cobertura de esgotamento sanitário da cidade for crescendo, assegura Murilo, as principais estações de tratamento de esgoto de Teresina vão receber modernizações na sua capacidade de tratamento, melhorando ainda mais a eficiência na capacidade de tratamento das estações, possibilitando assim um aumento no volume de esgoto tratado.
Para finalizar, Jacy Prado falou também do Projeto Portas Abertas, em que a concessionária disponibiliza a estrutura da Águas de Teresina para qualquer pessoa que quiser conhecer e entender um pouco do saneamento. O projeto tem como finalidade receber visitantes de maneira qualificada e inovadora, permitindo que conheçam as instalações das Estações de Tratamento de Água, Estações de Tratamento de Esgoto e Centros de Operação, levando em consideração as especificidades de cada grupo, incluindo sua faixa etária.
Obras levam dignidade a moradores de Norte a Sul
Assim que soube que a Águas de Teresina faria a obra da rede coletora de esgoto no bairro onde mora, a aposentada Teresinha dos Anjos Santos, 73 anos, não se conteve de tanta alegria. “Quando nos avisaram eu disse: eu nem estou acreditando”, afirma ela que mora há 50 anos na Rua Desembargador Flávio Furtado, 1591, no bairro Poti Velho, zona Norte de Teresina, também beneficiado com os investimentos da concessionária. Viúva e sobrevivendo com um salário mínimo para custear suas despesas, Dona Teresinha reside numa modesta casa com poucos cômodos, e ainda cuida do irmão do seu falecido marido. “Todo dia levanto bem cedo para limpar o esgoto, mas é aquele sufoco”, lamenta a aposentada.
Ela conta que está só aguardando o comunicado da concessionária para fazer a interligação à rede de esgotos que foi feita na rua onde mora. “Nem que eu fique devendo, mas vou fazer a ligação”, diz Dona Teresinha. A viúva comenta que a obra vai ajudar muito a comunidade do seu bairro a ter uma vida com mais dignidade. “Tenho um vizinho que a cada 15 dias tem que pagar cerca de R$ 200 para esvaziar a fossa da casa dele”, frisa, mencionando que há muito tempo todos aguardavam por este tipo de obra.
Jeová dos Santos conversa commoradores para ouvir demandas
Do outro lado de Teresina, no bairro Vermelha, zona Sul da cidade, cerca de 6 mil habitantes também serão beneficiados pelos serviços de esgotamento sanitário da concessionária. Pelo menos foi que informou o presidente da Associação de Moradores, Jeová Matias dos Santos. Segundo ele, a comunidade está satisfeita e uma frase resume o que a população espera ter a partir de agora:
“Qualidade de vida”. Jeová falou que os moradores não aguentavam mais conviver com água a céu aberto nas ruas do bairro Vermelha dia após dia, bem como lixo acumulado em vários trechos. O papel de Jeová dos Santos é levar as demandas dos moradores até a direção da Águas de Teresina, tanto que já participou de várias reuniões para discutir soluções que atendam os anseios da comunidade. “Eu faço visitas constantes as ruas onde estão acontecendo as obras e casas dos moradores para acompanhar o andamento de tudo bem de perto”, explica, confirmando que mantém sintonia com os engenheiros da concessionária constantemente.
O líder comunitário revelou que sempre foi a favor da privatização, por isso aposta nas obras da Águas de Teresina e nos serviços que têm proporcionado qualidade de vida nos diferentes bairros da cidade. “A empresa tem feito ótimos serviços e com essas obras aqui no bairro Vermelha, a vida dos moradores vai melhorar”, comemora Jeová dos Santos.