Psicóloga piauiense sofre ataques transfóbicos após usar linguagem neutra em vídeo

O Conselho de Psicologia se manifestou por meio de uma nota e repudiou os ataques transfóbicos contra a psicóloga.

Rafa Moon Carvalho Pires da Silva | Reprodução/Redes sociais
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A psicóloga Rafa Moon Carvalho Pires da Silva, secretária do Conselho Regional de Psicologia (CRP) da 21ª Região, sofreu ataques transfóbicos após um vídeo publicado na segunda-feira (4) nas redes sociais do órgão.

O QUE ACONTECEU

No vídeo, Rafa Moon fazia um convite sobre um evento do conselho e, ao cumprimentar os colegas, usou a saudação “psicólogas, psicólogos e psicóloges do estado do Piauí”. A palavra “psicóloges” foi usada para se referir aos profissionais que se identificam com o gênero neutro.

Após a publicação, alguns comentários ofensivos surgiram, levando o CRP a desativar a seção de comentários do vídeo. O conselho se manifestou por meio de uma nota e repudiou os ataques transfóbicos contra a psicóloga.

O QUE É LINGUAGEM NEUTRA? 

A linguagem neutra é uma maneira de comunicação que busca ser mais inclusiva. Em vez de usar palavras que indicam apenas o masculino ou feminino, a linguagem neutra utiliza termos adaptáveis a diferentes identidades de gênero. 

Por exemplo, ao invés de dizer “psicólogos” ou “psicólogas”, pode-se usar “psicóloges”, uma forma que abrange todos os profissionais, independentemente do gênero.

NOTA DO CONSELHO

O Conselho Regional de Psicologia da 21ª Região, por meio desta nota, manifesta seu total repúdio à agressões, ofensas e ataques transfóbicos perpetrados nas redes sociais, contra Rafa Moon Carvalho Pires da Silva (CRP21/03231), Conselheira Secretária desta autarquia que exerce seu ofício com brilhantismo e competência, em decorrência de vídeo no qual ela divulga as atividades preparatórias do COREPSI e utiliza da chamada “linguagem neutra”. 

A psicologia, ciência das humanidades e embasada na defesa intransigente da dignidade e dos direitos da pessoa humana, expressos no princípio fundamental de seu Código de Ética Profissional Resolução 05/2010 não compactua com qualquer tipo de discriminação como transfobia, homofobia, racismo, capacitismo ou qualquer outra violação aos direitos humanos. 

A manifestação de discursos de ódio, discriminatórios e ofensivos vão além da simples utilização de uma linguagem que busca incluir todos os grupos sociais da sociedade importa na negação da dignidade da pessoa humana a essas pessoas e grupos, postura com a qual esse Conselho nunca será conivente. 

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