Nesta quinta-feira (25), o professor de libras, Misael Weslley, que é uma pessoa surda, denunciou em seu perfil do Instagram que foi vítima de capacitismo por parte de um motorista de um aplicativo, durante uma corrida na manhã da última terça-feira (23), em Teresina. Em seu relato ele destaca que não é a primeira vez que ele passa por uma situação como essa.
Como ocorreu: Segundo o professor de libras, por volta das 8h50 ele solicitou um carro. O motorista aceitou e foi até o local. Ele conta que ao entrar no veículo notou que não havia QR code ou instruções para pagar via pix e que durante o trajeto não houve interações entre eles. Ao chegar no destino final, que era o seu trabalho, Misael disse ao condutor que iria realizar o pagamento via pix.
Neste momento, ele entregou o celular para o motorista para que ele colocasse a sua chave pix, porém Misael percebeu que o nome da conta bancária pertencia a uma mulher, que conforme o condutor era de sua companheira e que estava tudo correto. Diante da afirmação, o professor realizou o pagamento de R$16, 20 para a conta, no entanto, o mesmo notou que a “viagem não foi finalizada corretamente”.
Pronunciamento: Ao MeioNews, a assessoria da Uber enviou a seguinte nota:
NOTA
A Uber não tolera qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o nosso app.
A empresa permanece à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, na forma da lei. Além disso, em parceria com o MeToo, a Uber disponibiliza um canal de suporte psicológico que foi oferecido ao usuário.
CONFIRA A NOTA DE ESCLARECIMENTO DE MISAEL:
“ Hoje, eu senti insegurança, fui enganado por um motorista Uber que percebeu que eu sou surdo, ele se aproveitou da minha deficiência. Isso já está acontecendo pela segunda vez.
Na primeira eu paguei por duas vezes o valor de uma corrida, mas dessa vez eu não vou pagar.
Aconteceu, 23/04/2024, aplicativo de chamar que ele aceitou a minha viagem, sem conversar sem Perguntar não tem sentindo, aplicativo Uber. No veículo não tinha o QR code para fazer o pagamento por pix. Quando pedi o número para enviar o valor da viagem e pagar por pix, entreguei meu celular para o motorista e o mesmo se aproveitou e registrou o valor de 16,20 reais, mas percebi que o nome da conta bancária era de uma mulher e não do motorista. Então eu percebi que no aplicativo minha viagem não foi finalizada corretamente.
Logo que percebi, enviei uma mensagem para o motorista e ele me disse que não podia fazer nada e não foi resolvido e continuou sem finalizar a minha corrida.
Com isso, ontem fui à delegacia e fiz um B.O onde pude explicar toda a minha situação. Eu vou divulgar para todos deficientes que precisam ter muita atenção e que não aconteça com eles o que aconteceu comigo. Para surdo, falta acessibilidade de informação para facilitar o acesso ao Uber sem prejuízo.
Atenciosamente
Misael Weslley da Silva Sousa”, disse a nota.
Capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com deficiência.