Um professor do campus de Picos da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) foi afastado de suas funções após acusações de assédio sexual feitas por uma aluna de 18 anos. A estudante, que chegou este ano à universidade, denunciou o docente à Ouvidoria e ao Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NEVIM).
O QUE ACONTECEU
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela vítima, o professor de 60 anos teria perseguido a aluna durante as aulas, chegando a apontar um laser na direção dos seios dela. O assédio teria começado menos de um mês após o início das aulas, e a estudante relatou ainda receber ligações do professor fora do ambiente acadêmico.
Apesar de a Uespi informar, em nota oficial, que a aluna não fez uma denúncia formal, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) de Picos confirmou que o caso foi registrado na Ouvidoria e que o professor foi afastado das suas funções em razão das queixas apresentadas. A Uespi, no entanto, não mencionou o afastamento do docente em seu comunicado.
MANIFESTAÇÃO DOS ALUNOS
Os estudantes realizaram uma manifestação no campus no dia 17 de outubro e espalharam cartazes pedindo a saída do professor.
Colegas de sala também relataram notar um comportamento inadequado do professor em relação à aluna. Após o aconselhamento de um psicólogo e o apoio de sua família, a estudante formalizou as denuncias tanto na instituição quanto na Polícia Civil.
A Uespi, por meio da direção do campus de Picos, informou à estudante que a situação seria resolvida imediatamente.
NOTA
A Direção do campus Prof. Barros Araújo, em Picos, vem a público manifestar seu posicionamento diante das recentes informações de assédio envolvendo um professor e uma aluna da instituição.
Em primeiro lugar, reafirmamos nosso compromisso inalterável com um ambiente acadêmico seguro, ético e respeitoso para todos e todas. A Universidade não compactua, em hipótese alguma, com comportamentos que firam os princípios da dignidade humana, como assédio moral, sexual ou qualquer tipo de violência.
É importante ressaltar que a Universidade dispõe de canais institucionais devidamente estruturados para acolher e apurar denúncias de forma séria e responsável. A Ouvidoria e o Grupo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NEVIM) estão à disposição de todos os membros da comunidade acadêmica para receber denúncias, realizar orientações e garantir o encaminhamento correto das informações, sempre resguardando a privacidade e a segurança das partes envolvidas.
Reforçamos a necessidade de tratar este tema com a máxima sensibilidade, evitando qualquer exposição ou julgamento antecipado, a fim de preservar a integridade e bem-estar da vítima. A Direção do campus mantém-se atenta e comprometida em manter os espaços da universidade como locais de aprendizado, respeito e inclusão.
Importante esclarecer que não houve a denúncia formal, porém, a Direção do Campus realizou os procedimentos e fez os encaminhamentos após ouvir as partes envolvidas.
A Direção do campus reforça o compromisso de aprimorar continuamente suas políticas e ações de combate a qualquer forma de violência ou discriminação, por isso, assim, como aconteceu no início do semestre, o campus irá preparar um novo evento para debater sobre violência contra as mulheres e reforçar que o campus universitário é um espaço de paz, respeito e conhecimento.