O Piauí se prepara para enfrentar um período de tempo seco e estável nas próximas duas semanas, conforme a previsão divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esse padrão climático é influenciado pelo fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, que tem a capacidade de afetar a dinâmica e direcionamento dos ventos nas regiões Norte e Nordeste do país.
Segundo as informações do Inmet, a umidade relativa do ar no Piauí vai ficar abaixo de 30% durante os próximos dias, ou seja, os piauienses devem encarar um clima seco e com baixa probabilidade de precipitação. Essas condições, conforme o instituto, podem aumentar os riscos de incêndios e afetar a qualidade do ar.
No litoral do Piauí, a previsão é de pouca chuva, alinhada com a tendência de tempo seco no restante do estado. O diretor de Prevenção e Mitigação da Secretaria de Estado da Defesa Civil do Piauí (Sedec), Werton Costa, disse ao Meionorte.com o distanciamento do canal de umidade é principal responsável diminuição das chuvas e aumento das temperaturas na região.
"Embora os meses de maio e junho tenham apresentado algumas oscilações características, como a manutenção das brisas e temperaturas amenas nas primeiras horas do dia, espera-se que as condições se tornem mais extremas a partir da segunda quinzena de julho até o início de agosto, quando o período seco se intensifica", relatou.
A tradição de temperaturas acima da média no estado do Piauí nos últimos anos, e o fenômeno El Niño acentua ainda mais essa condição, especialmente durante o pico do período seco, conhecido como "B-R-O Bró".
"Estimativas mais otimistas indicam um aumento de 0,5°C a 1°C na temperatura, enquanto projeções mais alarmistas sugerem uma diferença acima de 1,5°C, chegando a até 2ºC. Essas variações têm um impacto na paisagem, na saúde humana, nas condições dos animais, na agricultura e geram preocupação entre os setores produtivos, os órgãos de saúde pública e os gestores em geral", destaca.
Nos próximos dias, na faixa litorânea da região Nordeste, principalmente no litoral baiano, há previsão de nebulosidade e chuva passageira a partir do dia 22 de julho, com acumulados superiores a 50 mm.
Já na área que abrange os estados de Sergipe, Alagoas e Nordeste da Bahia aponta acumulados menores devido ao transporte de umidade vinda do oceano. Nas demais áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no interior e norte da região Nordeste, a previsão é de tempo quente e seco.
Essa condição climática também se estende a outras regiões do país. No Norte, são esperados volumes de chuva acima de 20 mm no extremo norte, com possibilidade de ultrapassar 50 mm em áreas do noroeste do Amazonas e centro-norte de Roraima, devido ao calor e à alta umidade. Por outro lado, Rondônia, Acre, Tocantins e sul da região permanecerão com tempo seco e sem chuva.
Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, uma massa de ar seco pode deixar o tempo estável e sem chuva, com exceção de áreas do Espírito Santo, Rio de Janeiro, leste de São Paulo e Minas Gerais, onde a chuva deve ser inferior a 30 mm. Nessas regiões, também é esperada baixa umidade. No Sul, é prevista chuva em áreas de Santa Catarina e Paraná, com acumulados menores que 40 mm. Já no Rio Grande do Sul e em áreas do norte do Paraná, o tempo ficará seco e sem chuva.
Na segunda semana, entre os dias 25 de julho e 2 de agosto, são esperados grandes acumulados de chuva, acima de 50 mm, em áreas da Região Sul e no Noroeste do país. Na costa leste, a chuva deverá persistir, enquanto no Brasil Central e no interior do Nordeste, o tempo seco e sem chuva prevalece.