O município de Cajueiro da Praia, onde fica a charmosa praia de Barra Grande, no litoral do Piauí, a 358 km da capital Teresina, está sendo ameaçado por uma disputa fundiária entre moradores e grupos contratados por empresários para tomar posse do local. A reportagem apurou que a possível causa da disputa trata-se do local ser uma região de alta procura, de movimentação financeira devido ao crescimento e visibilidade nacional.
Nas imagens que repercutiram nas redes sociais, é possível ver a revolta da população, que chegou a atear fogo em vários veículos que estavam no local. No vídeo, aparecem tratores e caminhões carregados de tijolos e madeiras. Segundo as denúncias, agricultores de Barra Grande estão sofrendo ameaças de um grupo de empresários.
Segundo Major Delgado, do 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM), a disputa trata-se de uma questão fundiária, direito de posse de terra, onde ambos os grupos estão se enfrentando para ter a posse do local. De acordo com relatos de populares, na região há comunidades que habitam os terrenos.
“Foi um grupo de pessoas aparentemente revoltadas por conta de um terreno que fica na entrada de Barra Grande, que tinha sido ocupado indevidamente, ilegalmente. Eles tocaram fogo nos transportes que estavam lá fazendo medição da terra”, explica o Major Delgado.
Ao Meionorte.com, a Polícia Militar ainda relatou que não se sabe especificamente a causa da disputa entre esses grupos. O Major Delgado conta que foram enviadas viaturas para reforçar a segurança a fim de evitar quaisquer agressões físicas ou fatalidades. “As pessoas estavam revoltadas com o que estava acontecendo, atearam fogo, e a Polícia Militar foi até o local para garantir que ninguém fosse vítima de agressão, nos dois lados, nem parte de quem estava lá nem por quem chegou depois”, relata.
Questionado sobre a motivação, se havia moradores no local ou uma possível invasão de terra por parte dos habitantes, a Polícia Militar não pôde confirmar, apenas que seria uma questão fundiária. O Major ainda reforçou a presença constante do policiamento no local mesmo após a manifestação que repercutiu nas redes.
“Se trata de uma questão fundiária, direito de posse de terra, a polícia militar não entra como defensor de lados, porque isso é na Justiça. Nossa presença lá foi para garantir segurança. Quando chegamos já não havia pessoas na área, só o carro pegando fogo. Acionamos os bombeiros e foi feita a extinção do incêndio e não houve ato de violência no local. Ali são pessoas interessadas. Com base nos vídeos, em imagens, foi que nós pudemos visualizar o que tinha causado aquilo”, completa.