A Polícia Civil do Piauí solicitou à Prefeitura de Teresina detalhes sobre os valores de emendas parlamentares destinadas à área cultural durante o governo do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD). O pedido faz parte da Operação Interpostos, que apura indícios de lavagem de dinheiro envolvendo ex-servidores e ex-parlamentares.
De acordo com o delegado Ferdinando Martins, do Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Deccor), a equipe cumpriu, no dia 14 de outubro, mandado de busca e apreensão no escritório de Stanley Freire, ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC). Dois ex-vereadores de Teresina também são investigados na operação.
Um dos investigados movimentou cerca de R$ 5 milhões em 2022 e aproximadamente R$ 14 milhões entre 2020 e 2023. Há suspeita de que empresas contratadas pelo poder público tenham usado “laranjas” para esconder o verdadeiro destino do dinheiro.
O advogado de Stanley, Deomar Fonseca, declarou que já entregou documentos e explicações à polícia, garantindo que as movimentações financeiras são legais. “Vamos aguardar a análise do material apreendido. Confiamos que nada irregular será encontrado”, afirmou.
Outro advogado do ex-presidente da FMC, Lúcio Tadeu, disse que as dúvidas da investigação já haviam sido esclarecidas. “Não entendemos a necessidade dessa nova operação”, comentou.
Operação ligada a outra investigação sobre corrupção
A Operação Interpostos está conectada à Operação Gabinete de Ouro, que prendeu quatro pessoas acusadas de envolvimento em esquemas de corrupção durante a gestão de Dr. Pessoa, entre 2021 e 2024.
Entre os presos está Sol Pessoa, ex-chefe de gabinete da prefeitura, apontada pela polícia como líder de um grupo que teria movimentado cerca de R$ 75 milhões em contratos públicos.
Além dela, foram detidos dois ex-servidores municipais e um empresário. Durante as buscas, a polícia apreendeu imóveis, aparelhos eletrônicos e bolsas de luxo.
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