Durante uma audiência virtual do Fórum de Luzilândia, no Piauí, o suspeito de integrar uma facção criminosa Francisco Silva, conhecido como Nego Tiago, revelou que atuava como informante do delegado Antônio Alves, atualmente afastado das funções após denúncias de vínculo com outro preso.
O QUE ACONTECEU
De acordo com o depoimento, Nego Tiago disse que mantinha uma relação próxima com o delegado, que o visitava no presídio e o ouvia sobre nomes de supostos rivais da facção.
Esses alvos, segundo ele, acabavam sendo presos pouco tempo depois. “Ele [o delegado] veio aqui mostrar foto para saber se era a pessoa certa para prender”, afirmou o detento.
A acusação aponta uma possível colaboração entre polícia de Luzilândia e crime organizado, onde decisões de prisão teriam sido influenciadas por disputas entre facções. O relato foi registrado em audiência com o Poder Judiciário e está sendo analisado pelo Ministério Público do Piauí.
Antônio Alves já estava no centro de outra polêmica, após ser acusado por outro preso de perseguição. (Relembre abaixo). A Polícia Civil ainda não se pronunciou oficialmente sobre o teor da nova acusação, mas o delegado permanece afastado.
ACUSAÇÃO DE ASSÉDIO
Na primeira denúncia, feita durante uma audiência no Fórum de Luzilândia, o detento Victor Manoel de Melo Sousa, de 23 anos, afirmou que foi indiciado por tráfico de drogas após recusar um suposto convite íntimo feito pelo delegado Antônio Alves.
Segundo ele, Antônio teria feito depósitos via Pix e convites para ir à sua casa, que foram recusados. O preso afirma que, após isso, passou a ser perseguido. O delegado nega e disse que os valores foram pagos como parte de uma tentativa de delação premiada, o que também foi rebatido por Victor.