Uma cena de afeto e sensibilidade marcou o Hospital Universitário da UFPI (HU-UFPI). O aposentado Antônio de Pádua Silva, de 62 anos, pôde reencontrar sua gata de estimação, Maria Sofia, após autorização da equipe multiprofissional.
Internado há mais de duas semanas com um quadro de saúde grave, o paciente foi diagnosticado com um tumor cerebral e já havia sofrido dois AVCs neste ano. A visita da felina faz parte das ações de humanização e cuidados paliativos desenvolvidas pela instituição.
reencontro carregado de amor
“Era essa moça aqui que eu queria reencontrar. Ela mora no fundo do meu coração. Acho que todo lar precisa de um animal de estimação, nunca vi um lugar feliz sem um bichinho”, disse Antônio. Ele acrescentou ainda que a gatinha era integrante da família há muito tempo. “É importante ter um bichinho: pode ser um gato, um cachorro, um coelho... mas sempre há esse companheiro que traz alegria”, completou, emocionado.
A assistente social Odailma Aragão pontuou que levar esses momentos de bem-estar emocional aos pacientes contribui para a promoção do acolhimento e da escuta ativa. Segundo ela, somente com esse cuidado é possível garantir que os pacientes se sintam mais felizes durante o tratamento médico, que, por vezes, pode afetar diretamente a saúde mental.
"A equipe articulou tudo com a enfermagem e com a psicologia, e a visita aconteceu. Foi um momento profundamente emocionante. Para se ter ideia do vínculo forte entre os dois, a Sofia passou dias viajando e, ao chegar no colo do seu Antônio, sentiu-se tão aconchegada que não demonstrou nenhum estranhamento com o ambiente", relembrou.
A profissional reforçou também os benefícios dos serviços assistidos por animais, que oferecem resultados significativos para pacientes em cuidados paliativos. Para Odailma, a ação reflete o verdadeiro sentido da política de humanização: olhar para o paciente como um ser integral, com laços, afetos e histórias.
"Precisamos sempre refletir sobre isso, especialmente quando falamos de pacientes em cuidados paliativos. É importante perguntar: ‘Qual é o seu vínculo? Você tem bichinhos de estimação?’. Hoje já sabemos, cientificamente, que os animais transformam a vida das pessoas. Eles fazem parte da família. Que possamos viver mais momentos como esse", finalizou.