Nazaré, assim foi batizada a oncinha resgatada de um incêndio há pouco mais de um mês pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). O nome foi escolhido em uma enquete realizada no Instagram da secretaria, na qual recebeu 47% dos votos. O animal representa a luta pela vida e a esperança de reabilitação.
A história de Nazaré foi destacada neste sábado (4), Dia Mundial dos Animais, como um exemplo das ações da Semarh para proteger a fauna silvestre e cuidar dos pets. A oncinha está entre os mais de 100 animais silvestres acolhidos e em tratamento no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da Semarh.
CETAS
O local é abriga vítimas de tráfico e maus-tratos, oferecendo cuidados veterinários e ambientais a espécies como papagaios, araras, macacos e felinos. O objetivo é a reabilitação desses animais para que, um dia, possam retornar à natureza. A gerente de fauna e proteção animal da Semarh, Danielle Melo, afirma que cada resgate é um desafio único.
“Reabilitar um animal exige tempo e ciência, mas também exige carinho. Nazaré carrega a marca de uma história difícil, mas também o sinal de um futuro possível: livre, de volta à natureza”, ressaltou a gestora.
O Cetas reintroduziu com sucesso mais de 100 animais ao meio ambiente em 2025. Os bichos resgatados são majoritariamente aves, mamíferos e répteis, incluindo espécies como corujas, araras, macacos-prego, raposas, papagaios, jabutis e gaviões. Eles chegam no local por meio de resgates do Policiamento Militar Ambiental (pelo 190) ou por entregas voluntárias.
COMO FUNCIONA
No centro, eles passam por triagem, atendimento veterinário, quarentena e readaptação, garantindo que o local esteja sempre preparado para atender casos emergenciais.
“O Cetas é o local mais apropriado que tem como fornecer atendimento médico e emergencial aos animais lesionados ou machucados. Os que se encontram em vulnerabilidade também, por exemplo, presos em redes, cercas e etc.”, afirma Danielle Melo.
O tempo de readaptação dos animais no Cetas varia de semanas a meses, dependendo da espécie e do seu estado clínico. Em casos de lesões permanentes, o retorno à natureza pode se tornar inviável. Todo o trabalho é conduzido por profissionais especializados, como biólogos e médicos veterinários.
“Cada animal devolvido fortalece a biodiversidade, combate ao tráfico de fauna e ajuda a preservar o equilíbrio ecológico do Piauí, bem como ajuda na conscientização dos cidadãos de que não é ético e nem legal possuir ou manipular animais silvestres”, frisa Danielle Melo.