Exclusivo Noivo de piauiense morta revela que casal planejava ter filhos e comenta vídeo que flagra crime em SP

O noivo da piauiense morta por um PM em São Paulo concedeu entrevista exclusiva ao Brasil 40º, da TV Meio, nesta quarta-feira (09). Ele comentou sobre o vídeo revelador que flagrou o crime.

Montagem mostra a foto do casal Wilker Michel e Francisca Marcela, e ao lado, a motocicleta que estavam caída ao chão na cena do crime | FOTO: Reprodução
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Wilker Michel, noivo da piauiense Francisca Marcela Ribeiro que foi morta a tiros pelo policial militar Daniel Lins Ferreira em um posto de combustíveis em São Paulo, concedeu entrevista exclusiva ao Brasil 40º, da TV Meio, na tarde desta quarta-feira (09). Ele comentou sobre o vídeo revelador que flagrou o crime e revelou que o casal planejava ter um filho. 

A entrevista foi conduzida pelo repórter Lucas Padula e pelo âncora Helder Felipe. Wilker Michel conversou com os jornalistas por ligação telefônica.

"A gente tinha planos de ter filhos, estávamos vendo o mês que ela poderia engravidar, tentar engravidar né, que a gente ia tentar em abril, ela queria uma data específica, e estávamos planejando esse sonho que foi esfarelado", lamentou Wilker Michel.

FAMÍLIA TEVE ACESSO AO VÍDEO NEGADO

A vítima comentou que por diversas vezes ele e familiares dela tentaram ter acesso às imagens das câmeras de segurança, mas sem sucesso. 

"A gente tentava a muito tempo essas imagens e o delegado só dizia que não podia ceder. Hoje, ao acordar e ver essas imagens, é muito duro, é muito pesado, e agora vendo as imagens por completo, é muito pesado!", expressou Wilker Michel.

As imagens desmentem a versão da troca de tiros entre o policial militar e assaltantes, e confirmam que o disparo que matou a vítima partiu do PM. O crime aconteceu na manhã de domingo (6).

NOIVO CONTOU DETALHES DO CRIME

"A gente abasteceu a moto, o policial já estava no posto. Eu paro na bomba, ele para na mesma bomba que eu, mas na outra mangueira. Então, abasteço a moto, pago, vou empurrando a moto devagar até o calibrador, calibro os pneus traseiro e dianteiro, e após, por volta de 1 minuto, guardo a mangueira do calibrador, e ela me cutuca e aponta para o intercomunicador do capacete, porque a gente gostava de viajar se falando, nos falamos, demos risadas, e logo depois ela me cutucou e disse: 'amor, entrega, entrega tudo', e aí já vejo o bandido gritando para a gente passar tudo", começou a narrar Wilker Michel.

"Eu digo que o celular tá no bolso, e ele pega o celular, diz pra gente ajoelhar. Ela virou de costas, ele montou na minha moto e vai sentido para a bomba de combustível, onde ele foi surpreendido pelo policial. Então, ele largou tudo e correu em direção oposta aonde estávamos. O policial ao invés de correr em direção ao bandido, corre em nossa direção, e então, ela correu em direção a um recuo. Eu tiro ela de lá e eu fico de mãos pra cima, ela ajoelhada de mãos pra cima e ele já efetuou os três disparos à queima-roupa, na nossa frente. Aí eu grito: 'para pelo amor de deus!' é minha esposa, e aí sim ele olha para o outro lado e corre em direção aos bandidos, e eu comecei a tentar salvar ela, falar com ela", relembrou o noivo enlutado.

MOVIDO POR SENTIMENTO DE JUSTIÇA

Questionado pelo apresentador Helder Felipe sobre como está lidando com a morte da noiva, Wilker Michel respondeu que está sendo movido por sentimento de busca por justiça.

"Eu tenho me apegado ao sentimento de justiça. De domingo para cá, estou passando apenas um dia após o outro, um dia após o outro porque eu e ela éramos ligado, éramos um, e agora que arrancaram minha metade, é difícil viver com metade do coração, viver com uma perna só, éramos um e agora eu sou só meio. Eu estou sobrevivendo", finalizou o homem.

MORTE, VELÓRIO E SEPULTAMENTO

A piauiense foi baleada nas costas, socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Francisca Marcela foi velada durante a segunda-feira (07) em São Caetano do Sul (SP) e o corpo dela foi trazido para Lagoinha, zona Rural do município de Sigefredo Pacheco (PI), nessa terça-feira (8).

O QUE DIZ A POLÍCIA?

Em depoimento à Polícia Civil, o PM contou que estava abastecendo quando ouviu a quadrilha anunciando o assalto. Ele acreditou que o assalto seria ao posto e, quando viu os suspeitos armados, com roupas escuras e de capacetes, decidiu se aproximar, e teria ainda confundido os assaltantes com as vítimas. 

Dois suspeitos de envolvimento no assalto foram presos. São eles: Pedro Henrique de Oliveira da Silva, 20, e Gustavo Pereira Bortolotti, 22. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo. 

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