Alandilson Cardoso, preso em Minas Gerais acusado de integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro, foi transferido no fim de semana de Contagem (MG) para o presídio de Altos, no Piauí. Alandilson é namorado da vereadora Tatiana Medeiros e é investigado pela Polícia Civil do Piauí.
A transferência foi autorizada pela 1ª Zona Eleitoral de Teresina. A mudança ocorre no período em que a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) retoma seu mandato. Ela deve voltar às atividades na Câmara Municipal de Teresina nesta terça-feira (14), após o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) conceder, na última sexta-feira (10), uma liminar em habeas corpus que revoga sua prisão domiciliar e o afastamento do cargo.
A decisão foi proferida pelo relator, juiz José Maria de Araújo Costa, atendendo ao pedido dos advogados Samuel Castelo Branco Santos e Edson Vieira Araújo.
AUDIÊNCIAS CANCELADAS
As audiências de instrução e julgamento previstas para os dias 2 e 3 de outubro foram canceladas. O despacho da Vara de Delitos de Organização Criminosa explica que o cancelamento ocorreu após a Justiça receber uma ordem de habeas corpus do Tribunal de Justiça do Piauí.
“O órgão colegiado declarou a ilicitude de uma das provas centrais e, por consequência, a inadmissibilidade de todas as provas que dela derivaram”, afirmou o documento.
Na prática, isso significa que parte das provas usadas na acusação foi obtida de forma considerada ilegal, e agora a Vara precisa avaliar se ainda há elementos suficientes para dar continuidade ao processo. O Ministério Público do Piauí deve se manifestar sobre a existência de provas independentes e válidas.
Histórico do caso
Alandilson teve mandado de prisão cumprido em 3 de abril de 2024, enquanto estava detido em Minas Gerais. Sua prisão preventiva havia sido decretada em 23 de março de 2025. Em junho, ele foi incluído no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) por supostamente usar telefone para se comunicar com Tatiana enquanto ambos estavam presos.
Tatiana Medeiros, por sua vez, foi presa em 3 de abril de 2025. Devido a problemas de saúde, a juíza converteu sua prisão em domiciliar em junho, mesmo após relatos de falta grave no presídio. Durante a detenção, a vereadora precisou ser internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e no Hospital da Polícia Militar (HPM).
A Polícia Federal apontou que a campanha que elegeu Tatiana para a Câmara de Teresina em outubro de 2024 teria sido custeada com recursos ilícitos de uma facção criminosa. Além da prisão preventiva, a Justiça Eleitoral determinou o afastamento da vereadora do cargo, assumido pelo suplente Leondidas Júnior (PSB) após 60 dias da medida cautelar.
Em 22 de maio, Tatiana, Alandilson e outras sete pessoas, incluindo familiares e assessores, se tornaram réus por corrupção eleitoral, organização criminosa e outros crimes.