O músico Reginaldo de Freitas Martins foi indiciado pela Polícia Civil do Piauí por homicídio qualificado, acusado de ter auxiliado no sequestro e morte do adolescente Carlos Alexandre Pereira de Sousa, de 14 anos. O relatório final do inquérito foi assinado nesta sexta-feira (25) pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Além de Reginaldo, também foram indiciados Michael Rodrigues de Freitas, Mateus Vinícius Ribeiro dos Santos (conhecido como “Pé de Porco”) e Francisco das Chagas Sousa (“Rato”). Todos respondem por homicídio qualificado, por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
REGINALDO E VEÍCULO USADO NO CRIME
Segundo a investigação, embora não tenha participado diretamente da execução do crime, Reginaldo cedeu, de forma consciente, o veículo usado no sequestro. Uma caminhonete, de cor prata, estava sob posse de Francisco das Chagas Sousa, o “Rato”, que costumava receber o automóvel como forma de pagamento por dívidas de drogas do músico.
De acordo com o inquérito, Reginaldo tinha conhecimento de que o carro era utilizado em ações criminosas e, mesmo assim, continuava permitindo o uso. Para o DHPP, essa atitude foi decisiva para a prática do crime e, por isso, ele foi indiciado nos mesmos termos dos demais envolvidos.
Relembre o caso
Carlos Alexandre desapareceu em 26 de maio, na região da Vila da Guia, zona Sudeste de Teresina. Testemunhas relataram que ele foi abordado por homens armados que o colocaram à força dentro de uma caminhonete. O grupo fugiu do local e, desde então, o adolescente não foi mais visto com vida.
O corpo foi encontrado cerca de dez dias depois, no dia 4 de junho, no povoado Torrões, zona Sul da capital. A vítima foi morta com um disparo de arma de fogo na cabeça e já estava em avançado estado de decomposição.
Motivação do crime
As apurações apontam que o crime foi motivado por disputa territorial entre facções criminosas. Carlos morava em uma área dominada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e foi sequestrado enquanto visitava uma região controlada pelo Bonde dos 40, facção rival. A polícia informou que, mesmo sem envolvimento com o crime organizado, o garoto foi morto por suspeita de ligação com o grupo adversário.