“Uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por seu parceiro íntimo ou outro membro da família”, divulgou a ONU Mulheres Brasil (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira (25). De janeiro até o início de novembro deste ano, o Piauí registrou 37 feminicídios, segundo as estatísticas da Secretária de Segurança do Piauí. O valor representa um aumento 32,14% em relação a todo o ano de 2023, que teve 28 casos.
“MURO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O ABUSO INFANTIL”
Diante da situação, as artistas plásticas Natércia Rangel, Monica Tapety e Nivalda Damasceno Ferreira, com o apoio da Associação mulheres do Brasil CMEC, promoveram uma ação de conscientização com o foco na violência contra a mulher e o abuso infantil, que também se faz presente na sociedade: um muro com pinturas feito por cerca de 20 artistas, além de bonecas como um símbolo da infância.
Com 285 m² e localizado no cruzamento das ruas Benjamin Constant com a Quintino Bocaiúva, no Centro de Teresina, o muro foi idealizado no início de novembro. Natércia Rangel explicou que o objetivo é causar um impacto sob a população e reforçar a importância de combater a violência.
“É um dado muito alto. A gente foi atrás de fazer um muro onde a ideia fosse lançada e que as pessoas meditem essas ideias, que repliquem e meditem sobre isso. [...] Tornar conscientizado essa problemática e para que as pessoas reflitam, cresçam e melhorem e respeitem as crianças”, disse a artista.
Para Nivalda Damasceno não é diferente. A idealizadora relata que a arte é uma das melhores formas de reforçar a mensagem. “A gente pode ver aqui no painel tem no Piauí de cabeça para baixo jorrando sangue, quer dizer é um dos estados tem maior número de violência contra mulher e crianças. A gente estará contando em cada painel desse uma história de violência e nós acreditamos que as pessoas vão parar para pensar refletir sobre isso”, completou.
LUTA
Eugênia Villa, delegada da Polícia Civil do Piauí e Diretora de Avaliação de Riscos da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, esteve presente no evento desta segunda-feira (25), e reforçou a representatividade do sofrimento e angústia das vítimas que sofreram e sofrem com os crimes.
“Que crianças aqui tem o direito a uma boneca a conservar essa inocência? Quantas meninas e crianças estão sendo estupradas num lar violento e esse violentador é sempre um homem. Esse homem ele traz consequências. O feminicídio, ele sempre tem o antecedente de estupro marital, de estupro de enteadas e de estupro de filhos. Isso é um horror. É o que a gente chama de Lar Violento. E as artistas, elas expressaram isso. Então quando você olha uma obra dessa não tem nem o que falar”, afirmou a delegada.