“Muro Contra”: Artistas pintam a dor da violência contra a mulher e abuso infantil no Piauí

Um muro com pinturas feito por cerca de 20 artistas, além de bonecas como um símbolo da infância.

Muro Contra, no Centro de Teresina. | Jéssica Machado/ Portal MeioNews
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“Uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por seu parceiro íntimo ou outro membro da família”, divulgou a ONU Mulheres Brasil (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira (25).  De janeiro até o início de novembro deste ano, o Piauí registrou 37 feminicídios, segundo as estatísticas da Secretária de Segurança do Piauí. O valor representa um aumento 32,14% em relação a todo o ano de 2023, que teve 28 casos.

 

“MURO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O ABUSO INFANTIL”

Diante da situação, as artistas plásticas Natércia Rangel, Monica Tapety e Nivalda Damasceno Ferreira, com o apoio da Associação mulheres do Brasil CMEC, promoveram uma ação de conscientização com o foco na violência contra a mulher e o abuso infantil, que também se faz presente na sociedade: um muro com pinturas feito por cerca de 20 artistas, além de bonecas como um símbolo da infância.

Muro em Teresina./Foto: Jéssica Machado

Com 285 m² e localizado no cruzamento das ruas Benjamin Constant com a Quintino Bocaiúva, no Centro de Teresina, o muro foi idealizado no início de novembro. Natércia Rangel explicou que o objetivo é causar um impacto sob a população e reforçar a importância de combater a violência.  

“É um dado muito alto. A gente foi atrás de fazer um muro onde a ideia fosse lançada e que as pessoas meditem essas ideias, que repliquem e meditem sobre isso. [...] Tornar conscientizado essa problemática e para que as pessoas reflitam, cresçam e melhorem e respeitem as crianças”, disse a artista. 

Natércia Rangel./Foto: Jéssica Machado

Para Nivalda Damasceno não é diferente. A idealizadora relata que a arte é uma das melhores formas de reforçar a mensagem. “A gente pode ver aqui no painel tem no Piauí de cabeça para baixo jorrando sangue, quer dizer é um dos estados tem maior número de violência contra mulher e crianças. A gente estará contando em cada painel desse uma história de violência e nós acreditamos que as pessoas vão parar para pensar refletir sobre isso”, completou. 

Nivalda Damasceno./Foto: Jéssica Machado

LUTA 

Eugênia Villa, delegada da Polícia Civil do Piauí e Diretora de Avaliação de Riscos da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, esteve presente no evento desta segunda-feira (25), e reforçou a representatividade do sofrimento e angústia das vítimas que sofreram e sofrem com os crimes. 

Giselle Villa e Eugência Villa./Foto: Jéssica Machado

“Que crianças aqui tem o direito a uma boneca a conservar essa inocência? Quantas meninas e crianças estão sendo estupradas num lar violento e esse violentador é sempre um homem. Esse homem ele traz consequências. O feminicídio, ele sempre tem o antecedente de estupro marital, de estupro de enteadas e de estupro de filhos. Isso é um horror. É o que a gente chama de Lar Violento. E as artistas, elas expressaram isso. Então quando você olha uma obra dessa não tem nem o que falar”, afirmou a delegada.

Delegada Eugênia Villa./Foto: Jéssica Machado

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