Capaz de gerar benefícios para a saúde física e mental, a dança tem auxiliado muitas mulheres em Teresina, Piauí, através do Movimento Vida e Saúde. Este projeto, fundado em 2016 por Francisca Assunção, surgiu de uma necessidade pessoal: superar a depressão causada pelo envolvimento de seu filho com drogas.
A prática da dança ajudou Francisca a superar suas dificuldades físicas e emocionais e se transformou em um alicerce de apoio para muitas outras mulheres na comunidade. Desde sua criação, com apenas 20 componentes, o Movimento Vida e Saúde cresceu e ganhou seguidoras fiéis.
O que começou como um pequeno grupo de mulheres buscando apoio mútuo tornou-se uma rede de sororidade que garante bem-estar e inclusão social.
Com atividades realizadas em espaços públicos, como praças e parques, o projeto oferece uma forma de exercício físico e um espaço para fortalecimento pessoal. "Eu tive um problema de família e hoje é motivo de superação. Agora, em junho, completamos nove anos de um trabalho que me orgulha profundamente. Estamos no espaço público, realizando atividades físicas, em cada praça, onde tem espaço para a gente dançar. Nossa comunidade é composta por mulheres determinadas, fortes e cheias de vida”, disse Francisca Assunção.
Hoje, são mais de 100 mulheres, além de três coordenadoras, realizando atividades em espaços públicos, como a praça do bairro Matias Machado, na zona norte da capital. "Para mim, é uma missão de vida, um trabalho feito com amor e dedicação, faça sol ou faça chuva. Esse projeto se tornou uma família, um acolhimento, uma fonte de amor e dedicação", falou.
CRESCIMENTO E IMPACTO DO MOVIMENTO
O impacto positivo do Movimento Vida e Saúde não parou na experiência pessoal de Francisca.
Outras mulheres começaram a se juntar ao projeto, encontrando na dança uma válvula de escape e uma forma de melhorar sua saúde e bem-estar. A coordenadora Rose Carvalho explica como o movimento se expandiu para diferentes locais em Teresina, oferecendo uma ampla variedade de atividades que chegaram a mulheres com vivências diferentes, mas que foram unidas pelo propósito da dança.
"As atividades são realizadas no bairro Mocambinho, no Parque Lagoas do Norte e na praça Jornalista Paulo de Tarso, mais conhecida como Praça da Telemar. Aqui, vem gente de qualquer classe social, de várias áreas profissionais, pessoas diferentes e que se dão super bem quando o assunto é se divertir com a dança”, contou Rose Carvalho.
HISTÓRIAS DE VIDA TRANSFORMADAS
O Movimento Vida e Saúde promove, além da atividade física, um profundo impacto na vida emocional e social de suas participantes. Ildemira Alves e Bernadete Lages são exemplos de mulheres que encontraram na dança uma nova fonte de alegria e saúde.
Além das mulheres que já praticam atividades físicas, o movimento acolhe especialmente pessoas com doenças que comprometem o desempenho físico. Maria Pereira, aposentada, possui fibromialgia e encontrou no movimento uma maneira de melhorar sua disposição.
"Eu sou uma pessoa muito tímida. Quando cheguei, eu ficava escondidinha atrás. Agora, já estou um pouco na frente, mais solta e arranjei vários colegas. Mexe muito o corpo, mas mexe também com a autoestima. Hoje, eu me sinto outra mulher, outra pessoa”, explicou.
Ao ser questionada sobre o que sente quando compara a Maria do passado com a Maria de agora, ela respondeu: "Ah, é uma Maria do passado brigando com a Maria de agora. Elas estão brigando. A Maria de agora é outra, muito diferente. Eu me sinto muito bem aqui. Sou muito bem acolhida pela coordenadora querida. Estou com elas e isso está me transformando. Posso lhe dizer que nasci agora e que estou começando a viver agora", falou.
DANÇA TRAZ BENEFÍCIOS PARA O CORPO E PARA A MENTE
Ildemira Alves, de 56 anos, está no projeto desde o início e nunca perde uma aula. "Hoje, nosso movimento está espetacular. As danças começam na segunda-feira e vão até sexta-feira no Parque Lagoa. É um descanso para nossa mente e para nosso corpo”, contou.
São vários pontos de encontro, com o objetivo de alcançar mais mulheres e beneficiar ainda mais gente. "Às quartas-feiras, trabalhamos na praça da Telemar [Praça Jornalista Paulo de Tarso]. Temos aula funcional na terça-feira e aula normal de zumba na segunda-feira para todas as mulheres. A participação é excelente e englobamos outras atividades sociais dentro do nosso projeto, comemorando diversas datas importantes", falou.