Motoristas e cobradores de ônibus de Teresina iniciaram, nesta segunda-feira (12), movimento de greve por tempo indeterminado. A paralisação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhores Empresas de Transportes (Sintetro), após a falta de acordo nas negociações com o poder público e empresários do setor.
Em entrevista à Rede meio, o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, pediu desculpa à população e informou que a categoria esperou até o fim do domingo por uma negociação, uma proposta, mas que nada aconteceu.
"Quero começar, pedindo desculpa à população de Teresina. Essa negociação a gente começou ainda em janeiro, buscamos a prefeitura, buscamos o Setut, a gente todo tempo tentando negociar para que não chegasse a esse ponto, mas infelizmente, não obtivemos nenhuma proposta com relação às empresas, ficamos até o fim do domingo esperando algo e não teve nada", disse.
Antônio Cardoso também falou da questão de manter 80% da frota de ônibus circulando. Ele falou que essa determinação não é cumprida pelas empresas do consórcio e que o Sintetro não tem nada com relação a isso.
"Queríamos falar para a desembargadora, não sei como ela se baseou nesse pedido de 80% da frota para rodar, quando, na verdade, quem descumpre, é as próprias empresas, a Strans determinou a ordem para rodar e eles nunca rodaram, as empresas que descumprem a determinação e não o Sintetro", completou.
Medidas paliativas
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que está cadastrando motoristas e veículos para atuar de forma complementar ao transporte público, caso as paralisações se intensifiquem. A medida tem como objetivo minimizar os prejuízos à população, sobretudo nos horários de pico.
Esses veículos possuem um adesivo que indica sua regularização pela Prefeitura de Teresina. A tarifa cobrada é única, no valor de R$ 4, sem concessão de meia-passagem para estudantes ou gratuidade.
Justiça determina 80% da frota de ônibus nos horários de pico
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informou, por meio de nota, na última sexta-feira (9), que entrou com uma medida cautelar na Justiça do Trabalho solicitando a operação de 100% da frota nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h em dias úteis; das 6h às 9h e das 12h às 15h aos sábados) e de 89% nos demais horários e aos domingos, visando garantir o serviço mínimo à população.
No entanto, a Justiça determinou que 80% da frota funcione nos horários de pico durante a semana e 40% nos demais períodos, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento, conforme decisão da desembargadora Liana Ferraz de Carvalho.
MOBILIZAÇÃO POR REAJUSTE SALARIAL E OUTRAS MELHORIAS
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), o movimento faz parte da mobilização por reajuste salarial e melhorias nos benefícios dos profissionais, como vale-alimentação e plano de saúde. O sindicato afirma que negociações com o setor patronal estão paradas desde o início do ano.