O Piauí tem se destacado no cenário nacional como um polo emergente de mineração sustentável. Diferente do modelo extrativista tradicional, o Governo do Estado aposta em uma abordagem moderna e responsável, priorizando empregos qualificados, o fortalecimento das cadeias produtivas locais e a implementação de tecnologias limpas. Essa estratégia foi abordada na edição nº 53 da Revista Sapiência, da Fapepi.
Com um potencial mineral diversificado, o estado possui reservas estratégicas de níquel e cobalto — essenciais para baterias e tecnologias de energia limpa —, além de fosfato, ferro, manganês, grafite, calcário e argilas industriais. A opala de Pedro II, reconhecida nacionalmente, valoriza a mineração artesanal e cultural da região.
Entre os projetos de maior destaque, está o Projeto Níquel do Piauí, da Brazilian Nickel, que foca na exploração de um recurso crucial para veículos elétricos e fontes renováveis. Além disso, o estado conta com reservas significativas de calcário, importante para a agricultura e a produção de cimento, bem como outros recursos estratégicos, como diabásio e águas subterrâneas.
“O que está em curso é uma transformação estratégica. Estamos falando de gerar empregos, atrair investimentos e posicionar o Piauí no mapa da nova economia verde — conectada à energia limpa, à indústria e à mineração responsável. Essa nova mineração reconhece que o solo tem valor, mas entende, sobretudo, que o que está acima dele tem vida”, afirma Bruno Casanova, superintendente de Mineração e Energias Renováveis (SUMER).
Para garantir o desenvolvimento sustentável do setor, o governo estadual trabalha na elaboração de um projeto de lei específico para a mineração. O texto contemplará diretrizes voltadas à economia circular, ao reaproveitamento de rejeitos, à recuperação de áreas degradadas e à mitigação de impactos ambientais.
A infraestrutura também é foco da estratégia estadual. Obras como a Ferrovia Transnordestina e o Porto de Luís Correia foram planejadas para otimizar a logística, reduzir custos operacionais e diminuir a pegada de carbono no transporte de minerais.