O desaparecimento da jovem piauiense Lívia Barbosa dos Santos Marques, de 19 anos, completou um ano sem respostas. Ela foi vista pela última vez em 9 de novembro de 2024, ao sair de casa em Jardinópolis (SP), onde morava sozinha, com destino ao trabalho em Ribeirão Preto. Desde então, nenhum sinal foi encontrado, fora uma única imagem que mostra a jovem saindo de casa para o trabalho.
FALHAS E ATRASOS
O caso segue sob responsabilidade da Polícia Civil de Ribeirão Preto, mas a família afirma que houve falhas e atrasos nas investigações. Em entrevista para o programa Bom Dia Meio Norte, apresentado por Helder Felipe, o primo da jovem, Luann Marques, disse que as investigações só avançaram dois meses depois do desaparecimento de Lívia.
Ele afirma que, antes disso, o caso não era tratado com prioridade. “As investigações só começaram a acontecer de verdade depois que uma nova equipe assumiu. Antes, o delegado que estava no caso não nos atendia, e o investigador defendia os principais suspeitos. Só depois que nossos advogados entraram e cobraram respostas é que as coisas começaram a andar”, afirmou.
O primo também relatou que familiares foram coagidos e ameaçados durante a busca por informações. “Minha família foi coagida dentro de Ribeirão Preto. A minha prima e a minha tia, que tem pouco estudo, foram pressionadas. O investigador chegou a dizer que nossa família não era de boa índole. Só depois que o novo delegado assumiu e a promotoria de São Paulo pediu mudanças é que tivemos algum retorno”, contou.
OS SUPEITOS
De acordo com o primo da jovem, dois nomes são considerados suspeitos pela família: o ex-namorado de Lívia e a proprietária da casa onde ela morava em Jardinópolis (SP).
Segundo Luann, o ex-namorado era natural de Regeneração (PI), mesma cidade natal da jovem, e teria sido conhecido por meio de um aplicativo de transporte. Ele trabalhava como motorista quando deu carona para Lívia pela primeira vez, e os dois começaram a se envolver.
“Eles começaram a conversar e logo se envolveram. Mas esse rapaz já era conhecido em Regeneração por não ser de boa índole. Assim que a Lívia desapareceu, ele sumiu também. Só apareceu 72 horas depois, de madrugada, respondendo algumas mensagens. Depois disso, nunca mais falou com a gente”, relatou o primo.
A família afirma que, inicialmente, o homem chegou a ser considerado o principal suspeito pela polícia, mas acabou sendo descartado por falta de provas.
Outro nome citado pela família é o da proprietária da casa onde Lívia morava. Luann contou que ela teria mentido sobre o funcionamento das câmeras de segurança e demorado para entregar as imagens corretas à investigação.
“Ela dizia que as câmeras não funcionavam e depois voltou atrás. As primeiras imagens diziam que eram do dia 9, mas na verdade eram do dia 8. Só conseguimos as imagens verdadeiras depois de muita pressão. Mesmo assim, o investigador dizia que ela era uma pessoa de bem e que não deveríamos acusar”, disse Luann.
“Estamos vivendo um pesadelo há um ano”, diz primo
“Já estamos vivendo um ano de um grande pesadelo. A nossa família está se lacerando, porque não tem justificativa. Não é uma semana, não são três dias, são 365 dias sem resposta da Lívia”, desabafou.
Luann contou que, no momento, está em Regeneração (PI), cidade natal da jovem, para resolver pendências da mãe e do pai de Lívia, que ainda permanecem em Ribeirão Preto.
“Até agora, a única coisa que temos é o silêncio. A Lívia não tinha motivo e não tinha problema com ninguém para desaparecer da forma que desapareceu. É um mistério que não faz sentido”, disse.
Família mantém esperança
Mesmo após um ano sem respostas, a família diz acreditar que Lívia está viva. “A Lívia não iria desaparecer por tanto tempo sem dar notícia. A mãe dela repete todos os dias que acredita que a filha está viva. A gente mantém a fé e a esperança”, afirmou o primo da jovem.
O que diz a polícia
A Polícia Civil de Ribeirão Preto informou que o caso segue em investigação pela Delegacia de Homicídios da Deic e que todas as linhas de apuração continuam abertas.
Até o momento, ninguém foi preso, e novos detalhes não foram divulgados para não atrapalhar as diligências.