O Piauí aparece como o sexto estado brasileiro com maior número de focos de incêndio registrados nos últimos dez anos. O dado faz parte de um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado nesta semana.
Entre 2013 e 2024, foram mais de 120 mil ocorrências no estado. O estudo mostra que as queimadas trazem prejuízos ao meio ambiente, à saúde da população e à economia, com impacto direto sobre a agropecuária, a pecuária e a infraestrutura dos municípios.
Apesar da posição no ranking, o Piauí registrou o oitavo menor prejuízo financeiro do país no período: R$ 242 mil.
Ações no estado
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) informou que intensificou em 2025 as medidas de prevenção e combate ao fogo. O número de brigadistas passou de 850, em 2024, para mais de 1,5 mil neste ano, atuando em 116 municípios.
O órgão destacou ainda que realiza monitoramento por satélite para identificar focos de calor e dar resposta mais rápida às ocorrências. Desde 15 de agosto, está em vigor uma portaria que proíbe incêndios florestais em todo o território piauiense.
De acordo com a secretaria, somente neste ano já foram realizados mais de 120 combates diretos. A pasta afirma que, com as medidas adotadas, o estado teve redução de 8% nas queimadas em comparação a 2024. Em setembro, foi registrado o menor número de focos para o mês em dez anos, com 1.005 ocorrências a menos que no mesmo período do ano anterior.
Situação no país
No Brasil, de 2013 a 2024, foram mais de 2,3 milhões de focos de incêndio florestal. Os impactos atingiram cerca de 24,7 milhões de pessoas e causaram prejuízos de R$ 3,3 bilhões.
Somente em 2024, os danos já correspondem a 65,4% de todas as perdas registradas em 12 anos. Apesar disso, os recursos repassados pela União para prevenção e combate ficaram em R$ 1,5 bilhão — menos da metade do valor total dos prejuízos enfrentados pelos municípios.