Levantamento divulgado recentemente pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que mais da metade da malha viária do Piauí tem problemas com sinalização, pavimento e acostamento. Foram analisados cerca de 3.474 quilômetros, entre rodovias federais pavimentadas e as principais estaduais.
De forma geral, a Pesquisa CNT de Rodovias 2023 apontou que 60,4% do total avaliado foram considerados regulares, ruins ou péssimos — no levantamento de 2022, eram 65,8% dos 3.473 quilômetros avaliados.
No quesito pavimento, foram avaliadas as condições de superfície, rolamento e acostamento. De forma geral, 41,5% da quilometragem total foram avaliados como regulares, ruins ou péssimos.
Sobre a sinalização, 74,3% da malha foram considerados regulares, ruins ou péssimos. Com relação a esse item, foram avaliadas faixas centrais e laterais, placas de regulamentação, advertência e indicação, visibilidade e legibilidade, além de barreiras de proteção.
A pesquisa da CNT também avaliou a geometria das vias, que leva em conta, por exemplo, se há acostamento e faixa adicional de subida, além das condições de pontes e viadutos e perfil das curvas. O resultado apontou 52,4% de regulares, ruins ou péssimos.
Avaliação geral
A Pesquisa CNT de Rodovias 2023 aponta resultados preocupantes sobre a situação das vias nacionais a partir da classificação chamada Estado Geral. Do total de quilômetros avaliados, 67,5% (75.190 quilômetros) possuem estado de conservação inadequado, dos quais 41,4% foram classificados como regulares; 20,3%, como ruins; e 5,8%, como péssimos. Quanto à avaliação específica da pavimentação, a Pesquisa também comprovou que existem problemas em mais da metade (56,8%) da extensão avaliada.
Para esta variável, os resultados da classificação foram: 34,2%, regulares; 16,8%, ruins; e 5,8%, péssimos. Essa situação demonstra que os desafios nacionais relacionados à sua infraestrutura rodoviária ainda perduram e comprometem o desempenho positivo da performance energética veicular do transporte rodoviário de cargas e de passageiros no Brasil.
De acordo com os resultados relacionados ao pavimento, é possível estimar que 1,139 bilhão de litros de diesel (1.139.493 m3) foram consumidos de forma desnecessária pela modalidade rodoviária do transporte nacional. A combustão desse montante resultou na emissão de 3,01 milhões de toneladas de gases na atmosfera (MtCO2e). Para o cálculo, consideraram-se o potencial de aquecimento global dos GEE e fatores de emissão, disponíveis na ferramenta brasileira de contabilização de emissões GHG Protocol. Outro aspecto relevante é o gasto econômico resultante do consumo excessivo de combustível. O tráfego de caminhões e ônibus em pavimentos com deterioração e deficiências causou um dispêndio estimado de R$ 7,49 bilhões aos transportadores.